Penafiel precisa hoje mais que nunca, não de um político, não de advogado, não de um engenheiro. De certeza que não. Penafiel ficaria melhor sem este tipo de gente, que só actua mediante a imagem que vê reflectida em qualquer lado, onde possa haver passaporte para voos mais altos. Eu podia falar do país. Não falo do país, que esse está entregue aos Passos perdidos. Falo de Penafiel, falo desta terra que tem sido vítima de políticos que actuam de acordo com a distância que medeia entre a sua actuação e um simples voto. Penafiel para virar a página, para entrar em rota de colisão com a vaidade, com a ostentação, com a exibição, com a retórica, com o espalhafato colorido, precisa de alguém que não faça nada. Precisa de alguém que apenas pense. É isso... que apenas pense. Penafiel precisa urgentemente de um pensador, daqueles que pensam mesmo. De alguém desmaterializado, descompensado em relação à politiquice que diariamente nos atropela nas ruas, nos becos, nas avenidas, praças e largos profundamente estreitos de arte. Penafiel só precisa disso, de um pensador, de um estudioso, de um homem ou mulher com cultura suficientemente apolítica, despartidarizada, toda virada para o que afinal é tão simples: o cidadão e o chão que ele pisa.
Digo não aos políticos e a todos os que fazem da política uma passerele, onde os manequins são aplaudidos por aquilo que vestem e não por aquilo que pensam. Penafiel precisa de pôr termo à política do aplauso, do festim, do banquete, do engravatamento, do postiço, do parece que é mas não é. Penafiel precisa de alguém diferente, apenas diferente. Porque se for diferente, de certeza que é melhor para a nossa terra. E a terra agradece...
Não estou a defender as opções conceptuais implementadas com este projecto, ou qualquer outro projecto em "andamento" na cidade de Penafiel. Também não pretendo entrar numa discussão de carácter partidário e/ou sobre personalidades da nossa cidade. Mas não posso deixar de comentar o facto de neste post, tal como em outros neste mesmo blog, se opinar e, consequentemente, criticar opções projectuais pelo mero facto da obra implicar mudanças no previamente existente ou por motivos partidários. Tais críticas devem-se basear em factos /fundamentos, sejam eles arquitectónicos, paisagísticos, históricos, entre outros. Caso assim não seja, não estará o autor do blog a cometer o mesmo erro que critica aos responsáveis da autarquia, ou seja, a debitar opções baseadas meramente na sua opinião e em factores de natureza política, sem se efectuarem todos os estudos e consultas essenciais na fase pré-conceptual?
ResponderEliminarFinalizo apenas com o seguinte: não é pelo simples facto de um projecto implicar mudanças num local /edifício histórico, que essa mesma intervenção tenha de adquirir um carácter negativo. Tudo depende do projecto e da sua execução. Estou a falar em termos gerais, realçando o facto que cada caso é um caso. Acima de tudo quero referir, como anteriormente já o fiz, por algum motivo existem conceitos o fundamentos técnicos, e não devemos analisar o que quer que seja através de citações básicas e inócuas como "não gosto" ou "antes é que estava bem".
Cumprimentos
Senhor Eduardo Ribeiro, claro que é a minha opinião. Não tenho a mínima formação nesta matéria que diz respeito à regeneração urbana. Mas será que é preciso ir a Coimbra, ser arquitecto, engenheiro ou doutor para qualquer cidadão penafidelense se aperceber que esta regeneração urbana está ferida de morte? As minha críticas não estão sob uma perspectiva partidária. Também não sou dos que antes é que estava bem. Mas muitas coisa que para aí destruíram, não tenho dúvidas que antes estava muito melhor. Aquilo de que me acusa deve remetê-lo à Câmara Municipal. Eles é que não sabem o que fazem. Não têm memória, nem sabem a história de Penafiel.
ResponderEliminarUm abraço...
Com esta simples citação - "não tenho dúvidas que antes estava muito melhor" - acaba por ir totalmente de encontro com o que defendi no meu post. Repito, não estou a argumentar se esta obra, ou qualquer outra que seja, modificou o existente para "melhor" ou "pior", até porque os termos em si são relativos, e existem casos com díspares resultados.
ResponderEliminarSimplesmente considero que quem pretende abordar tais debates de uma forma pública, nomeadamente o Sr. Beça Moreira, o deveria fazer de uma forma imparcial, concreta,técnica. Pois se assim não for, ao contrário do que disse, dúvida e incongruência é o que mais existirá na argumentação, seja qual for o autor.
Cumprimentos