quinta-feira, 30 de junho de 2011

ATENÇÃO AOS POLÍTICOS...

Os políticos têm que se pôr finos. Têm de trabalhar apenas. Cada vez estão mais sujeitos a não se sabe o quê. Só se sabe é que cada vez é maior a insatisfação do povo em relação a esta classe. Pobre (rica) e podre classe de gente que anda por aí a pavonear-se...

quarta-feira, 29 de junho de 2011

TOURADAS - TORTURA OU CULTURA?

Esta pergunta nem se deve colocar. Tourada é tortura levada a efeito por gente que não é gente. Eu costumo dizer que: "não gosto de touradas, nem gosto de quem gosta delas". 
Estamos no Verão. Estamos no tempo das touradas, estamos no tempo da escuridão. Escuridão que já andou por estas terras atrasadas de Penafiel. Nunca se esqueçam que ainda há bem pouco tempo, tivemos a tortura animal por gosto e graça de alguns políticos desalmados. As touradas e rodeios em Penafiel, não foram iguais às imagens que aqui se vêem, mas andaram lá perto. Pela minha parte, nunca mais esquecerei que os actuais políticos desta terra sujaram o nome de Penafiel, com tamanha selvajaria, com tamanha barbaridade. Jamais esquecerei... Jamais esquecerei...
Chamo a atenção que este vídeo, tem imagens muito violentas. Quanto à linguagem que aqui se ouve, se calhar é muito doce...

MÚSICAS SÃOJOANINAS...

A música pimba tomou conta de tudo quanto é romarias, festas, bailaricos, enfim uma desgraça. Para quem gosta se calhar é até uma benção, estar de olhos o ouvidos abertos para escutar essa "febre" chamada Tony Carreira & Companhia. Eles enchem tudo e qualquer coisa. Eles estão em todo o lado. E quando abrem a boca para cantar umas coisas "românticas",como por exemplo: "A Rapariga do Kuduro" ou "Nunca ralho com ela", então é o fim do mundo. Em terra de cegos...
Pois é, até o São João foi atropelado por essa coisa. A verdadeira música dos Santos Populares já foi. Está tudo apimbalhado. De norte a sul e arredores dos país é vê-los e ouvi-los a toda a hora e a todo o momento. Esta "peste" não dá tréguas. Ataca mais pelo Verão, que é quando as pessoas se sentem com menos vontade de pensar... Mas pronto, cada um é como é. 

Embora algo atrasado, vou deixar aqui algumas músicas alegres, que outrora animavam as festas dos Santos Populares, fosse onde fosse...

Duo Ouro Negro "Maria Rita"

Conjunto de António Mafra "Pancadinhas do meu Alho"

Os Taras e Montenegro "O Autocarro do Amor"

terça-feira, 28 de junho de 2011

SE EU FOSSE PRESIDENTE...

Isto que mais parece um estradão faz parte do Jardim do Calvário. Está assim já há muito tempo. Eu se fosse presidente, já tinha feito obras há muitos anos. Alberto Santos, está à frente da Câmara há dez e ainda não viu esta coisa. Este piso necessita de outro mais condizente com o belo jardim que o ladeia. este piso vai na linha triste, do triste lago e da triste e inexistente esplanada. 
A mim causa- me muita tristeza que Penafiel definhe assim tristemente...

ESPLANADAS "SENTIR PENAFIEL"...

Mais uma esplanada que virou a casaca. Esta história das esplanadas "Sentir Penafiel" foi um fiasco sentado. Oxalá venham novas eleições para haver mais esplanadas de borla...

segunda-feira, 27 de junho de 2011

OPINIÃO - Coronel Kadhafi...

Tribunal Internacional ordena prisão de Muamar Kadhafi
27 de Junho de 2011, 14:53
O TPI (Tribunal Penal Internacional) emitiu hoje, em Haia, um mandado de prisão do dirigente líbio Muamar Kadhafi. Juntamente com o filho e o chefe do serviço de inteligência líbio, Khadafi é acusado de crimes contra a humanidade.
O TPI emitiu hoje um mandado de prisão do líder líbio, Muamar Kadhafi. O tribunal acusa Kadhafi de crimes contra a humanidade e de ordenar ataques contra opositores ao regime.
In Sapo com agências

Será pelo que diz acima, que o TPI quer prender Muamar Kadhafi? Como sabemos este tribunal não é independente.  Trata-se de algo que está sob as ordens dos americanos.Sem pretender sair em defesa de kadhafi, isso que fique claro, eu venho aqui trazer algumas razões que tornam este mandato de prisão a um cidadão Líbio que está a ser invadido e bombardeado pelas forças "democráticas" da Nato, algo que tem tanto de ridículo como de criminoso. Será pelo que se segue que o TPI o quer prender? Vamos ver então.

Um relatório da ONU em 2007 constatou que a Líbia tinha: 
1 - O maior índice de desenvolvimento humano, ainda hoje em 2011, maior que muitos países ditos desenvolvidos ou em vias de desenvolvimento, como por exemplo, o Brasil.  2 - Ensino gratuito até à Universidade. 3 - Os melhores alunos universitários (cerca de 10%) estudam na Europa e nos EUA, com tudo pago a 100% pelo Estado. 4 - Ao casar, o casal recebia como dote do Estado o equivalente até 50 000 dólares para montar casa. 5 - Sistema médico gratuito, rivalizando com os europeus em equipamentos de última geração. 6 - Inaugurado em 2007, o maior sistema de irrigação do mundo, que vem tornando o deserto (95% da Líbia) em campos agrícolas produtores de alimentos e fixando populações rurais.
Fazendo fé neste recente relatório da ONU, porque razão os "aliados" invadiram, bombardeiam e matam gente da Líbia e querem prender Kadhafi? Porque será? Não será pelo mesmo motivo do Iraque?
Não será para roubar o melhor petróleo do mundo, com um volume superior a 45 biliões de barris em reservas? Fazer com o Mediterrâneo volte a ser "O Mare Nostrum" do antigo Império Romano, mas sob o controlo absoluto da Nato (leia-se EUA)...?

domingo, 26 de junho de 2011

A ILHA...

Sabem o que é uma ilha? É um pedaço de terra cercada por Tony Carreira por todo o lado...
Não sabiam? Confirmem junto daquelas "matronas" que andam atrás do "capachinho" para ver se conseguem com que ele lhes faça filhos ou até netos...

TOURADAS...


A RTP1 transmitiu esta semana uma tourada, na modalidade de “corrida à portuguesa”, directamente da praça de toiros do Campo Pequeno, no que apodou de “confronto de dinastias”, nada mais do que «Seis dinastias, Seis!», para lidarem outros tantos perigosos toiros. Pois…
A questão é que o chamado “espectáculo tauromáquico”não é uma coisa consensual na sociedade portuguesa, e muito menos na “aldeia global”. Basta ver o que se passa mesmo aqui ao lado, onde o parlamento da Catalunha aprovou a proibição das touradas, embora a lei só entre em vigor em 2012. Ou como, em Madrid, milhares de pessoas saíram à rua para protestar contra a declaração de que as “corridas” são, em Espanha, “um bem de Interesse Cultural”. Ou o protesto que integrou activistas nus, apenas cobertos por sangue falso e com bandarilhas «espetadas» nas costas.
Manifestações semelhantes têm ocorrido um pouco por todos os países, onde se realizam touradas. Tem sido também assim em Portugal, onde há já um partido político, o PAN, que faz da abolição da corrida de toiros, uma das suas bandeiras. E nem por isso, as cerca de 300 touradas que por cá se fazem anualmente, envolvendo cerca de 2.500 toiros, deixam de realizar-se.
Mas a televisão pública devia ser mais comedida. Não tenho dúvidas de que são muitos os telespectadores que apreciam «os toiros» e, por uma razão ou por outra, não podem ir vê-los à praça. Mas o serviço público de televisão, pago por todos nós, deve ter valores e critérios. E, á sua maneira, o tema é fracturante. A RTP devia dispensar-se destas transmissões. Até porque já não “estamos na praça da Primavera”. Mas…
Os “talk-show’s” matinais das três estações generalistas são uma espécie de praça, de feira de vaidades, em que tudo se compra e tudo se vende, no jogo efémero dos tão desejados “15 minutos de fama”. A “Querida Júlia”, então, é do melhor que há. Tem de tudo, desde a dinastia Malhoa, à inimaginável Margarida Meneses, a ex-presidente do finado “Clube das Virgens”, instituição que só tinha 33 membros, que a virgindade é um produto escasso.
Ora a jovem, que também publicou o livro “Sim, sou virgem!”, já não é tal. E foi ao programa contar como tinha perdido a virgindade com “um príncipe de olho azul”. Loira, com um peito novo, feito na cirurgia estética, Margarida é hoje “apenas amiga” do dito, pelo que continua à espera de um outro príncipe, desta vez o “encantado”. Por isso é que mandou gravar no anel que usa, a frase – “o verdadeiro amor, espera-me”. Delicioso.
Durou exactamente 15 minutos e 35 segundos. A Querida Júlia divertiu-se à grande e resolveu, ela própria, contar a sua “primeira vez” – “A minha primeira vez, fiquei convencida que tinha sido atropelada”. Ah! Grande Júlia. Só ela vale o programa.

Mário Contumélias
mrcntmls967@gmail.com


sábado, 25 de junho de 2011

AS MUDANÇAS...


Afinal, pode não ter havido qualquer poupança pelo facto de Pedro Passos Coelho ter decidido viajar para Bruxelas em classe económica. O “Jornal de Negócios” diz que o primeiro-ministro não pagou o bilhete da viagem de ida e volta a Bruxelas, num voo da TAP, para participar no seu primeiro Conselho Europeu.

Segundo o jornal, a companhia aérea portuguesa dispensa os ministros e secretários de Estado de qualquer despesa em deslocações oficiais.
O jornal escreve ainda que isto se passou com todos os membros do anterior Governo.

O gabinete do primeiro-ministro não comenta o caso. Acrescenta apenas que a fuga de informação não partiu de São Bento e que nunca o Governo quis tirar partido dela.


Com a entrada do novo governo, já se notam as mudanças... eh...eh...eh...

ILUSÃO DE ÓPTICA...



Só para quem tiver sentido de humor. Para os políticos, os médicos, os magistrados, os professores, que agora andam felizes com a mudança de governo...

EFEITOS DA GRAVIDADE...

Para aligeirar um pouco este blogue que anda demasiado sério... 

quinta-feira, 23 de junho de 2011

O BAILE DAS REGATEIRAS


O Baile das Regateiras, segundo Abílio Miranda, era sem dúvida, um dos mais mimosos que se realizavam no passado, nas Festas do Corpo de Deus em Penafiel. Para o seu aspecto gentil muito contribuiam as doze raparigas, sempre escolhidas, de modo a sobressairem pela sua elegância e beleza.
Os seis pares de moçoilas marchavam em linha, formando alas, e levavam à frente de cada uma das alas um rapaz. A fechar as alas, na rectaguarda, marchavam com a mesma cadência, o mestre, um tocador de rabeca e uma mulher, portadora de uma condessa de flores, para distribuir, na véspera, após a exibição, à porta do município, aos vereadores e pessoas de categoria social que das janelas e sacadas do domus  assistiam aos bailes, e no dia, a quem pagasse. A indumentária do mestre era constituída por bota preta, bem engraxada, calça e colete branco, camisa e colarinho engomado e cartola. As raparigas trajavam à lavradeira, meia branca e chinela bem apuradinha; dum lado sobraçavam uma canastrinha com flores e a outra mão segurava uma comprida vara enfeitada que ia ao ombro. Os rapazes, a quem chamavam maqueletes, vestiam com fato branco.
Parado o grupo para se exibir, as raparigas entregavam as pequenas canastras com flores aos mirones mais próximos, e agarravam pelas pontas a vara formando com ela um arco sobre a cabeça. Principiavam com uns bailados e contradanças cantando o seguinte coro:

“O Baile das regateiras
É este baile, senhores.
Em lugar de vender fruta,
Nós vimos vender flores

O mestre respondia:

Vo-las comprarei, meninas,
Que eu de todas necessito.
Logo faremos o preço,
Quando eu as já tiver visto.

Primeiro par a principiar da rectaguarda, dirigindo-se ao mestre:

Eu de ser rosa me gabo
Se com ela o contentar,
Por nós sermos as primeiras,
Só connosco há-de feirar.

Mestre:

Eu nada quero com rosas,
Que não são do meu agrado.
Quando com elas brincava
Por elas fui picado.

Elas:

Procurando uma desculpa,
Mostrou ser bem avisado.
Não quer brinquedos com rosas
Por ser por elas picado.

Outro par:

Perpétuas de várias castas
Nós vimos hoje vender;
Posto que não tenham cheiro,
Nunca perdem o seu ser.

Mestre:

Não gosto dessas perpétuas,
Não as quero, que são pecas.
Agradam-me as coisas verdes,
Não pretendo coisas secas.

Elas:

Pois elas secas não são,
Qu`inda estão a florescer.
Ainda agora as compramos
Para as tornar a vender.

Terceiro par:

Bem me quer, o meu brinquinho
Veja se mo quer comprar.
Se procura flor de estima,
Só esta pode estimar.

Mestre:

Eu não quero o bem me quer,
Que é coisa que enganos são.
Dizei-me, ó minhas meninas,
Se vós me quereis bem ou não.

Quarto par:

Se ainda não reparou,
Repare cá para mim;
Veja lá que linda flor
Chamada a flor do jasmim.

Mestre:

Ó meninas que vendeis
Esses ramos de jasmim,
Eu bem os queria comprar
Mas são caros cá p`ra mim.

Elas:

Venha cá senhor peralta,
Nós consigo justaremos.
Se acaso não traz dinheiro,
De si tudo fiaremos.

Mestre:

Eu trago muito dinheiro
Cá nas minhas algibeiras,
Mas não é para comprar flores
A vós, lindas regateiras.

Maqueletes (pionias):

Esta flor da pionia
Do jardim da melhor planta,
Tem tanta graça e beleza
Que todo o mundo se encanta.

Mestre:

Coitadinhos dos meninos
Que têm graça singular!
Não feirei co`as regateiras,
Mas convosco vou feirar.

Maqueletes:

Pois você é o nosso mestre,
É filho de boa gente;
Quando vê os maqueletes,
Salta, pula de contente.

Mestre:

Ai Jesus, valha-me o céu!
Que graça têm os meninos!
Se eu tivesse dé – reis,
Dava-vos dois biscoitinhos.

Quinto par de regateiras:

Não há flor como o suspiro
Cá na nossa estimação.
Todas as flores se vendem
Só os suspiros se dão.

Mestre:

Meninas, não suspireis,
Não vão mais para além
Que eu também, na vossa ausência,
Sei amar e querer bem.

Sexto par:

Veja o senhor se lhe agrada
Para dar aos seus amores.
Não há flor igual ao cravo,
Pois é capitão das flores.

Mestre:

Eu não quero a flor do cravo,
Porque a mim não me faz conta.
Um cravo ao pé d`outro cravo,
Como vês, faz afronta.

Todos:

Traz hoje grande fastio,
Que nada disto lhe agrada.
Corremos toda a cidade
Sem nenhuma vender nada.

Mestre:

Nem vós vínheis p`ra vender,
Nem eu vinha p`ra comprar;
Milagroso Corpus – Christi
Vínhamos p`ra festejar

Elas, lançando pétalas de flores da canastra em que já pegaram:

Nós festejamos com flores
A todos, flores deitaremos;
Todas teremos um viva,
Se é que nós o merecemos.

Esta dança, que se julga ser uma degenerescência da dança da Retorta, precedia na procissão do Corpo de Deus, a imagem de S. Jorge a cavalo "feita por homens e mulheres mascarados com seus arcos acompanhados por gaita de foles dada pelo juiz da dança”.
Algumas vezes o mestre do baile vinha à frente das alas entre os maqueletes.


terça-feira, 21 de junho de 2011

OPINIÃO - Fernando Nobre

O Fernando Nobre, não foi eleito para ser a segunda figura política deste país. Para mim, ser ele ou ser outro era igual. Não considero este desfecho uma derrota de Passos Coelho. Acho que foi uma derrota para o próprio Fernando Nobre e para a sua ânsia de protagonismo.
Este senhor a seguir às eleições presidenciais, se estivesse quieto podia ser uma grande candidato a Belém, em 2016. Assim, com esta trajectória política , hipotecou todo o seu futuro. Porque hoje em dia, para deputado da Assembleia da República qualquer um vai, até o Mário Magalhães de Penafiel...

OPINIÃO - Basílio Horta

Este homem, este político também é um dos que não enobrecem a política. Já foi do CDS, depois o PS arranjou-lhe um TACHO e ficou amigo dos socialistas. Tem 68 anos e foi agora para deputado. Então em Portugal não se trabalha até aos 65 anos? Tanta gente disponível e vai este BASÍLIO fazer para a Assembleia da república. Será que não tem uma HORTA para cuidar em casa?
Eu sei que não é caso único. Há muitos casos semelhantes. Se calhar ainda vai buscar mais alguma pensão. Pensões, muitas pensões.  É isso que  mais faz mexer a classe política. O país, os cidadãos, o povo que se f... Só lhe quer é o voto...


domingo, 19 de junho de 2011

O BAILE DOS SAPATEIROS...


As festas do Corpo de Deus, estão aí. São um bom pretexto para deixar aqui a letra de um “baile” que outrora se exibia pelas ruas de Penafiel: O Baile dos Sapateiros.
Não será grande novidade na medida que eu já tinha publicado no meu “Jornal 3 de Março” em Junho de 2001. Ainda assim, esta é uma forma de homenagear os sapateiros de Penafiel de outros tempos. Muitos elementos da minha família eram sapateiros: Meu pai e meu avô na Travessa dos Fornos, meu tio na Rua Direita, vários primos espalhados pela cidade. Não tenho foto do Baile dos Sapateiros, mas aqui fica uma foto da "Orquestra Jazz Albardófila" de que meu pai fazia parte.


O BAILE DOS SAPATEIROS

Marchavam os homens da dança em duas alas. Cada um deles apetrechado de cadeira de pau, martelo numa mão e ceira do ofício na outra, e vestiam camisola, avental, gorro, etc.
As alas eram fechadas por uma linha de pessoas que, claro está, marchavam pela mesma cadência e era constituída pelo mestre, contra-mestre, rapaz do pês e outra pessoa que levava a mesa de talhar e uma mulher com uma bandeja e cesta com flores. A mesa de talhar, onde o mestre cortava a obra com gestos, tinha em cima pregado um tacho de goma e um dispositivo com um fio até ao fundo da mesa, que mexido pela parte interna da mesma  mesa,  onde se escondia um rapaz, para este fim, fazia subir um rato que queria ir comer a goma.
A música era geralmente composta por um trombone, barítono, cornetim, requinta e clarinete. O número de figurantes variava, conforme os recursos monetários, mas nunca era inferior a 16: 12 oficiais, 6 de cada lado, mestre e contra-mestre e 2 rapazes.
Parado o grupo para se exibir o baile e tomadas as disposições convenientes, todos rompiam em coro:

“Cá  vêm hoje os sapateiros
Sua dança  apresentar,
Sempre alegres, prazenteiros,
Prontos para trabalhar.

Só queremos a esta festa
Dar mais animação
E por isso, agora resta
Que presteis vossa atenção.

Coro das facas: acompanhamento de cadência com facas batidas em atitude de amolar no pau de esmeril.

Nesta lida sempre lesta
Mais ou menos galhofeiros
P`ró trabalho já estão prestes
Os ladinos sapateiros.

Senhor mestre, sem parar
É geral o desafio.
Vamos facas amolar
Para todos cortar fio.

(estes versos repetiam-se duas vezes)

Mestre:

Senhor contra-mestre vamos!
Mãos à obra a trabalhar;
Os oficiais estão pasmados
E o freguês não quer esperar.

Contra- mestre:

Senhor mestre, não se aflija,
Faz-se tudo com canseira.
Porém nós não trabalhamos
À segunda e terça-feira.

À segunda e terça-feira
Corre tudo muito bem
E se vimos cá na quarta
É por não termos vintém.

Mestre:

Não sei como há-se ser isto
Que não vos posso aturar
O freguês não larga a porta
Por a obra perguntar.

Oficiais:

Senhor mestre a culpa é sua,
Deixe ralar-se o freguês.
Já temos as linhas feitas
Mande agora dar-nos os pês.

Mestre:

Ó rapaz vai buscar pês
Mas vai depressa a correr;
Tu não o metas no bolso
Que se pode derreter.

Oficiais:

Fura, fura o sapateiro
Toda a vida a trabalhar
Pois quem quer ganhar a vida
Toda a vida anda a penar.

Que maldita costumeira!
Isto assim não pode ser.
O rapaz não traz os pês
Não sabemos que fazer.

(Para o contra mestre):

Senhor contra-mestre veja
Como há-de isto agora ser.
Mande chamar o rapaz
Veja o que ele anda fazer.

(contra-mestre para o outro rapaz):

Anda cá ó meu rapaz.
Vai chamar aquele André.
Diz-lhe que quando chegar
Leva com o tira-pé.

Oficiais:

Dê-lhe bem com o tira-pé
Dê-lhe, dê-lhe até cansar.
Ou com este furador
Fure, fure até o matar.

Fura, fura sapateiro
Toda a vida a trabalhar
Pois quem quer ganhar a vida
Toda a vida anda a penar.

Que maldita costumeira
Isto assim não pode ser.
O rapaz não traz os pês
Não sabemos que fazer.

(Para o Mestre)

Senhor mestre é bom saber
Qual dos dois culpado é.
Afinal precisam ambos
Levar muito pontapé.

Mestre:

Senhor contra-mestre veja
Qual dos dois será culpado
Dê-lhe bem com o tira-pé
Até tocar a quebrado.

Contra-mestre:

Ambos são muito garotos
Sempre a jogar o botão
Vou-lhes dar com o tira-pé
Muita solha e safanão.

Oficiais:

Fura, fura o sapateiro
Toda a vida a trabalhar.
Pois quem quer ganhar a vida
Toda a vida anda a penar.

Que maldita costumeira
Isto assim não pode ser
O rapaz não traz o pês
Não sabemos que fazer.

(Mestre com os dois rapazes agarrados):

Aqui estão os dois rapazes,
Não os posso já aturar.
Com o botão os encontrei
Ambos a questionar.

1º rapaz (fazendo menção de tirar o pês do bolso):

Senhor mestre aqui está o pês
Mas não sei como o tirar
Foi aquele que me disse
Para o botão ir jogar.

2º rapaz:

Senhor mestre, senhor mestre
Este foi que me chamou.
Pôs a forma lá pró chão
E a jogar me convidou.

Mestre:

Não foi isso que vos disse
Não vos posso desculpar
E com este tira-pé
Ambos ides apanhar.

Nesta altura surge o rato do buraco do fundo da mesa em direcção do tacho da goma. E os dois rapazes num pulo, saltam para ele, e, agarrando-lhe o rabo exclamam com entusiasmo:

Senhor mestre, senhor mestre
Agarramos o daninho
Veja se os oficiais
Lhe vem tirar o focinho.

Mestre (mostrando grande confusão):

Acudi-me aqui rapazes
Que me vejo atrapalhado
Para matar este maldito
Que tanto me tem roubado.

Contra-mestre:

Eis o mestre atrapalhado
Vamos-lhe agora valer.
Esse grande bicharoco
Há-de agora aqui morrer.

(Oficiais de sovela em punho em atitude de espetar o bicharoco):

Mata, esfola, esfola e mata
Morra e morra o D. Ratão
Com trezentas soveladas
Que lhe entrem no coração.

(BIS)

Coro das facas. Acompanhamento de cadência com facas batidas em atitude de amolar no pau de esmeril:

Nesta lida sempre lesta
Mais ou menos galhofeiros
Pró trabalho já estão prestes
Os ladinos sapateiros.

Senhor mestre sem parar,
É geral o desafio.
Vamos as facas amolar
Para todos cortar fio.

(Estes versos repetiam-se duas vezes)

Mestre:

Senhor contra-mestre vamos
Mãos à obra trabalhar
Os oficiais estão pasmados
E o freguês não quer esperar.

Meus amigos obrigado
Vamos todos descansar
E o freguês arrenegado
Vá macacos pentear.

Oficiais:

Viva o mestre! Haja alegria.
Vivam todos em geral.
Uma dança neste dia
Não podia acabar mal.

A cadência de alguns destes coros era acompanhada de martelada sobre a malha, a bater a sola. Os gorros do mestre e contra-mestre, tinham uma bola pendente do centro por um fio, não faltando ao mestre o atributo próprio da idade: uns grandes óculos acavalados na ponta do nariz.
Como todas as outras danças, exibia-se primeiro à porta do município, na véspera do dia da festas, e ainda à porta de algumas autoridades. No dia da festa era para toda a gente que pagasse. Os oficiais levavam ainda o respectivo manículo para defender o dorso da mão direita dos vincos da linha.
Os sapateiros em Penafiel, não trabalhavam às segundas-feiras. Chamavam-lhe “o dia das almas”.




PENAFIEL E A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL (3)


A invasão da Polónia continuava, ainda o mês de Setembro de 1939 ia a meio. os alemães capturaram 60 mil polacos de Varsóvia. Esta cidade era cercada pelas tropas alemãs. O grosso do exército era desintegrado. Os generais propõem-se a cercar Varsóvia e obrigá-la a render-se por inanição, mas Hitler ordena o bombardeamento da cidade. 
Enquanto isso, em Penafiel, a Santa Casa da Misericórdia atravessava uma gravíssima crise financeira. Este estabelecimento hospitalar e de caridade penafidelense, pedia nessa altura ao povo de Penafiel para não insistirem na tentativa de hospitalizar mais doentes por impossibilidades económicas. O espírito solidário dos penafidelenses falou bem alto. Os mais abastados contribuíram das mais variadas maneiras em prol da Santa Casa. Se não era em dinheiro, era em géneros. O importante era ajudar quem de facto precisava. Um anónimo contribuiu com uma carreta fúnebre. Houve uma doação por testamento de 20 contos (uma fortuna naquele tempo), e dois lavradores contribuíram com dois carros de batatas.
No dia 26 de Setembro, a invasão da Polónia atingia o auge. Varsóvia era sitiada e sujeita a terríveis bombardeamentos e vê-se forçada à rendição. As perdas alemãs nesta campanha eram escassas, cerca de 10 mil. Em contra partida, morreram pelo menos 150 mil polacos...


Continua...

sábado, 18 de junho de 2011

ESPLANADAS "SENTIR PENAFIEL"...

Mais uma esplanada que deixou de "Sentir Penafiel". Na minha opinião era de muito mau gosto continuar com aquele material esplanático que foi distribuído grátis, em troca de votos para as eleições autárquicas de 2009. Esta é a Nova Doce...
Esta esplanada está de facto muito mais "doce", mais bonita, mais airosa, numa palavra: MELHOR. Duas palavras: MUITO MELHOR...

EQUIPA DE ESTADO...

Esta gente merece o benefício da dúvida. Não venham já deitar abaixo um executivo que ainda não começou a sua cavalgada contra o serviço social. Mas quando olho para Paula Teixeira da Cruz e Paulo Portas, apetece-me dizer que aqui só falta o Tony Carreira e o Cristiano Ronaldo.

CULTURA SEM MINISTÉRIO...


Gabriela Canavilhas contra extinção do Ministério da Cultura
Ministra cessante considera que Francisco José Viegas daria um bom ministro da pasta.


Qual pasta? Colgate, Pepsodente, Signal, ou Couto? Talvez Binaca! 
É homem para isso!

UM PATO NO PÁTIO...


É de facto um pato que nunca irá parar ao prato. Deram-no à minha fotógrafa privada, de três anos, Catarina. Está em minha casa e veio de Paço de Sousa. Veio juntar-se uma gata, centenas de pássaros e dezenas de melros, que eu alimento todos os dias... 
Um prazer...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

OS PROFES...

"Pela primeira vez os cerca de seis mil professores recrutados para corrigir os exames nacionais do ensino secundário não vão ser pagos por esta tarefa, avança o Diário de Notícias. Por cada prova corrigida os docentes recebiam cinco euros ilíquidos"


In sapo


Eu não sei de quem é esta medida, se já é do novo governo eu aplaudo com muita força. Seja lá de quem for, viva. 
Não queriam mais nada senhores professores. Ide gamar pró cemitério... 

quarta-feira, 15 de junho de 2011

OPINIÃO - Marco António Costa

"O POLÍTICO QUE FEZ CAIR SÓCRATES"

 
"
Na véspera de Santo António, um jornal de referência deste país, publicou uma peça jornalística destacando Marco António Costa , o “vice” de Filipe Meneses de Gaia, como “O político que fez cair Sócrates”. Quem o diz, é o jornalista autor da peça, corroborado pelos seus amigos de faculdade, um deles, o Sr. presidente da Câmara de Penafiel, Alberto Santos. São completamente suspeitos para dizerem o que disseram do “vice” de Fernando Melo em Valongo. “Era o que faltava eu dizer mal do meu amigo”.
Este político que usa botões de punho e camisas com as iniciais MAC, (mais um pouco e era Mac donalds) assim numa imitação do CR7 da bola, “mudou o rumo da história do país”, ao avisar Passos Coelho para a necessidade de derrubar Sócrates, diz o jornal. Será assim tão importante, este senhor?
Ele não derrubou ninguém, nem tem peito para isso, tem peito isso sim, é para exibir as suas lindas gravatas.
Houve eleições, porque Sócrates quis. Ele extremou posições ao dizer que se demitia se PEC IV fosse chumbado no parlamento. Se Sócrates estivesse agarrado ao poder, como dizem, não levava à Assembleia da República o tal documento. Não tinha que o fazer. Então, “agora ou nunca” pensou o “ideólogo” do PSD, MAC, e vai daí aconselhou Passos Coelho a chumbar o PEC.
O que Marco, Passos e Portas fizeram, foi matar a sede de poder que tinham. E logo na primeira fonte que encontraram, beberam o precioso elixir. E agora o que se pede é que façam aquilo que não foi feito, que é governar melhor. Chumbaram o PEC de Socrates e agora vão governar com o PEC da troika. É esta a visão política do MAC?
Não acredito nesta direita muito bem vestida, muito bem apessoada. Não acredito nesta geração de políticos, que o que faz melhor é posar para a fotografia. Não acredito em Marco António Costa, que tem como referências duas pessoas com comportamentos muito dúbios: o eterno sebastianista Sá Carneiro e João Paulo II. Sá Carneiro fundador do PPD, foi militante da ANP de Salazar e Caetano. À frente da AD, não chegou a governar um ano. Nem sei se governou mal ou bem. Não teve tempo para isso. Mas chegou para merecer milhares de ruas, avenidas, praças e aeroporto com o seu nome. Quanto a João Paulo II, não esqueço o que ele andou a propagandear pela imensa África. Semeou a morte, a fome e a miséria, ao proibir o uso do preservativo, para além de outras proibições, que prejudicaram e muito o desenvolvimento das sociedades. Com referências destas, o que mais dizer de Marco António Costa? Que foi vogal não executivo da Metro, ganhando por mês mais contos do que eu em euros? Será significativo ou não? Não sei. Só sei que é por estas e por outras que o dinheiro não chegava para tudo.
O único Marco António de jeito andava pelo cinema e gostava muito de Cleópatra. Este não passa de um eterno “vice”.

Um dia destes falarei de Sócrates, que teve muitos erros, reconheça-se, na sua governação. Falarei da forma como foi perseguido, vilipendiado, diabolizado, caluniado por uma direita trauliteira, caceteira, mal educada e por uma comunicação social comprada e infame…