segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

PETIÇÃO IC 35...

Eis aqui algo que eu não subscrevo. Alberto Santos pode ter todas as razões de andar indignado com o governo central sobre a construção desta via. Mas tenho sérias dúvidas, que, se o governo fosse da cor do executivo camarário penafidelense, se haveria petição alguma. Vejo aqui muita politiquice.
Depois também tenho muitas dúvidas sobre a urgência desta estrada.
Fala-se muito da sinistralidade da estrada existente que liga Entre-os-Rios a Penafiel. Toda a gente sabe, que a maioria dos acidentes que ocorrem em qualquer via neste país se deve à forma como os condutores abordam a estrada. Pensam que é tudo deles...

domingo, 30 de janeiro de 2011

TRISTEZAS E PRESUNÇÕES

No blogue "Tristezas e Presunções de Penafiel", um tal Rodrigo apareceu a dizer que eu sou socialista ferrenho. Mais. Diz que me conhece há muitos anos. Até parece que ser socialista é crime. Era o que faltava. Foda-se...
Se o Rodrigo me conhecesse há muito tempo saberia que não sou socialista coisa nenhuma. O que eu sou é um "comuna" inveterado, sem cura possível. 
Esta gente que vai aparecendo a dar vivas ao dito blogue, mal se identifica. Comigo não é assim. Eu sou como o Cavaco Silva, quando diz: os portugueses conhecem-me. E eu digo: os penafidelenses conhecem-me. E quem me conhece sabe de onde vim, onde estou, e para onde quero ir...
Rodrigo, você é socialista, olhe que nesse blogue, não aceitam gente dessa estirpe. Aí, é só cavaquistas e albertosantistas, por isso não deve saber o chão que pisa...

Rodrigo só conheço um:  o fadista e mais nenhum.  E canta assim: Ai cais do Sodré / Ai cais do Sodré. Canta bem com ó c...

Ó Tiago, os seus amigos do blogue fazem-me rir pra caraças. Pelo menos fico bem disposto, melhor, só quando o FC do Porto ganha e o Benfica perde.

Apesar de tudo, um abraço a todos. Menos para uma senhora muito mal educada de nome Paula Mota. Essa amiga não bebeu chã quando era pequena. Nem ela nem o Cavaco, que bem me lixou ao ganhar as eleições com a grande perecentagem de 23 por centos dos eleitores...

sábado, 29 de janeiro de 2011

UM V DE VINGANÇA...


Este V não é de vitória. Este V quer dizer que é preciso nascer duas vezes para serem mais honestos que Cavaco Silva.

Ele se fosse um exemplo de honestidade, prescindia das suas reformas no valor de dez mil euros mensais, e não caía no ridículo de ser um presidente não remunerado.
Afinal ele sabe fazer contas. Porque dez mil euros sempre são mais que os 6 523 euros que é o vencimento de presidente da república.
Um dia destes ainda o vamos ouvir dizer que não ganha nada em ser presidente da república, e que está ali por amor à camisola.

Ele não ganha nada de facto porque não podia acumular. Só a lei é que o obrigou, porque por vontade dele, ele acumularia tudo e mais qualquer coisa. Ele por dinheiro é como as moscas por...
Vejam como ele comprou as acções do BPN?

Lembram-se - é que já foi há cerca de quinze dias e as pessoas têm a memória curta - de Cavaco durante a campanha eleitoral dizer que a mulher dele tinha uma reforma de apenas 800 euros para quem trabalhou toda a vida. Pois, o que ele não disse é que Maria Cavaco, só trabalhou durante catorze anos.
   
Lembram-se de ele dizer que foi o autor do décimo quarto mês para os pensionistas. Se calhar até é verdade. Mas fez um lindo serviço, na medida que hoje andam milhares e milhares de reformados com duas e três milionárias chorudas. Ele se fosse um político competente, daria o 14º mês aos pensionistas mais necessitados. Imaginem, um casal de professores, com reformas superiores a 2500 euros a receberem 14 meses? Agora imaginem um casal que trabalhou a vida inteira e que recebem juntos 600 euros. Vejam a democracia de Cavaco e de todos os governantes que pelo poder têm passado.

De uma vez por todas, aquele V não é de vitória. Aquele V é de vingança. Sócrates que se cuide...

NOVO GOVERNO?

Afinal quem é que está a governar este país? Pela notícia do Expresso, estes três marmanjos já estão a afiar os dentes para se banquetearem em futuro governo, que o Sr. Cavaco Silva lhes vai oferecer de bandeja...
Este Bento foi o que veio há dias à televisão defender os salários dos gestores, quando veio à baila, que o vencimento do gestor brasileiro da TAP é superior ao vencimento do presidente dos Estados Unidos e o vencimento de Faria de Oliveira da Caixa Geral de Depósitos, é mais elevado que o  da Chanceler da Alemanha, Ângela Merck...
Lembram-se do Eduardo Catroga, quando foi ao Estádio das Antas confiscar uma sanita de uma casa de banho? É esta gente que se prepara para assaltar o poder?
Quanto ao Duque, o seu nome diz tudo, é um duque. Se fosse um ás, sempre era de acreditar!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O SENTIDO DE VOTO...

    
Estes 280 mil socialistas
que votaram Cavaco Silva são traidores.

A VIDA E OBRA DE CAVACO SILVA (6)


Para terminar esta resenha da vida e obra de Cavaco Silva, aqui se vão deixar mais alguns pequenos apontamentos sobre este grande estadista.

Em 1994, na crise da empresa vidreira Manuel Pereira Roldão, a Marinha Grande assistiu àquela que foi, sem dúvida, a mais grave das situações vividas quando do seu encerramento.

Foram muitos dias de luta, muitos confrontos com a polícia de choque. Em consequência da última intervenção da polícia de choque gerou-se uma enorme onda de solidariedade que abrangeu, não será exagero dizer, toda a população da Marinha Grande, com os comerciantes a fecharem as portas dos seus estabelecimentos; os trabalhadores a paralisarem o trabalho e a virem para a rua protestar.

Nessa carga policial ninguém foi poupado: invasão do Quartel dos Bombeiros Voluntários em perseguição dos populares que lá se refugiaram, bem como a igreja da Marinha Grande, até o Sr. Padre foi agredido. Alguns dias antes já tinha havido uma carga policial, na altura com invasão da Câmara Municipal.
O canal de televisão SIC fez um documentário sobre esta luta e há algum tempo atrás, no programa Perdidos e Achados voltou a passá-lo em horário nobre, para que a memória se mantenha.

Quem não se lembra do célebre "Factor VIII"? Em Fevereiro de 1987, era Cavaco Silva o primeiro-ministro, quando deu entrada em Portugal de uma quantidade de sangue contaminado para a hemodiálise de hemofílicos. Leonor Beleza era então a ministra da saúde coadjuvada por sua mãe neste mesmo ministério. Morreram 23 hemofílicos. Houve crime por negligência, mas nunca ninguém foi responsabilizado.

Quem esquece a carga policial sobre outros polícias, em 21 de Abril de 1989, os "Secos e Molhados"?  Imagens degradantes, que correram mundo. Polícias contra polícias. Inacreditável!

Não devemos esquecer os incidentes da Ponte 25 de Abril, em 24 de Junho de 1994, em que um cidadão ficou tetraplégico, motivado por uma bala da polícia de choque comandada por esse grande senhor do BPN, Dias Loureiro.

Mas outras cargas se seguiram, no tempo de Cavaco e Loureiro. Uma sobre os trabalhadores da TAP e outra sobre os estudantes do ensino superior. Bater em tudo o que mexia era o lema de Dias Loureiro na “quinta” de Cavaco Silva.

Em finais da “ditadura” cavaquista, este país, dizia ele, circulava no "pelotão da frente". E tinha razão. Nos quinze países da União Europeia, Portugal ia de facto à frente de todos os outros nos seguintes indicadores de “desenvolvimento”: sida, tuberculose, analfabetismo, concentração de população nas três grandes cidades, mortalidade infantil, sinistralidade nas estradas, com o consequente recorde de mortos.

Foi este homem que 23 por cento dos portugueses, escolheram no dia 23 de Janeiro.

A VIDA E OBRA DE CAVACO SILVA (5)


Foi também durante o consulado cavaquista que a indústria mineira sofreu uma ofensiva sem precedentes. A luta dos trabalhadores mineiros foi longa e dura. O governo e o capital mancomunaram-se e, depois de milhões e milhões atribuídos supostamente para sanar os buracos financeiros e arrancar para novos voos, o que foi ficando semeado pelo caminho foi trabalhadores no desemprego e minas fechadas com as galerias abertas. Pejão, Panasqueira, Aljustrel, Borralha, Vale das Gatas, Arcozelo, Montesinho, Urgeiriça, Jales, Nelas são nomes que já preenchem o imaginário popular de homens esgotados pelo trabalho penoso, a silicose como recompensa, atirados para o desemprego, para fora das suas próprias casas a que julgavam ter direito. Porque o mercado mundial não garantia os lucros necessários e o Estado não estava disposto a assegurar a extracção do volfrâmio, do cobre, do urânio, do ouro nem que fosse para salvar a face e o bom nome.

O emprego vai, qualquer dia há-de vir. Diz Cavaco. Passou o tempo do emprego garantido. Flexibilidade – precariedade - é a palavra de ordem.

Com efeito, depois da assinatura em 1992 do novo acordo social entre o Governo e o patronato contra a lei da greve com o apoio da UGT, a precariedade passou a ser a situação normal : contratos a prazo e flexibilidade nos despedimentos.

Empresas emblemáticas do ponto de vista industrial e cultural foram liquidadas sem dó nem piedade. A Fábrica Escola Irmãos Stephan na Marinha Grande foi uma delas. Aliás, a luta dos vidreiros da Marinha Grande ao longo dos anos passou por sequestros, ocupações da estação da CP, arrancamento de 200 metros de linha, cortes de estradas, marchas sobre Lisboa, contando sempre ou quase sempre, com as respectivas cargas policiais que culminaram no Outono quente de 1994 com a invasão da própria CM da Marinha Grande pela polícia em perseguição dos trabalhadores.

Na Marinha Grande contra os vidreiros, na luta dos estudantes frente à Assembleia da República e na revolta da ponte 25 de Abril a polícia cavaquista deu sempre bboa conta do prestígio do patrão.
O Luís Miguel Figueiredo ficou hemiplégico por ter apanhado um tiro da polícia no primeiro dia da luta da ponte. Provou-se que o tiro foi disparado pela polícia...mas como os polícias eram muitos e não se sabe qual foi, a culpa morreu solteira e o Luís Miguel até hoje, passados onze anos, não teve direito a uma indemnização.

O mesmo aconteceu com as viúvas dos mortos no afundamento do Bolama. E com as famílias dos hemofílicos assassinados por sangue contaminado. O caso em que a responsável, a ministra Leonor Beleza, viu o processo prescrever e ainda queria que lhe pedissem desculpa pelo incómodo.
Estamos pois na fase do salve-se quem puder.

Continua...

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

DIA DA LIBERTAÇÃO...

27 de Janeiro de 1945, dia da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
Para não esquecer...

A VIDA E OBRA DE CAVACO SILVA (4)


Já em 1986 D. Manuel Martins, bispo de Setúbal , alertava para o facto de nos três últimos anos terem fechado mais de setenta empresas no distrito aumentando o desemprego, a precariedade e os salários em atraso.

Tratou-se de processos cheios de fintas, cambalachos, torcidelas e violações da lei e da Constituição, numa cumplicidade pornográfica entre o grande capital e Cavaco, que lenta mas dolorosamente iam acabando com o emprego e com o tecido industrial, lançando a praga do trabalho precário a seguir à dos salários em atraso.

Mas para estes tinha Cavaco uma solução: os trabalhadores que rescindissem amigavelmente os contratos teriam direito à indemnização e ainda a seis meses de subsídio de desemprego.
Aliás para Cavaco não havia salários em atraso: o que “há é falências em atraso” (sic).

O primeiro período, em 85, de governação em minoria, foi dos mais frutuosos para a direita. Foi aí que Cavaco lançou as bases do que iria ser a sua governação até 1995. Ainda sem maioria absoluta mas contando com um discreto apoio do PRD até 1987.

A fé de Cavaco era alimentada por uma conjuntura internacional favorável (baixa do dólar, das taxas de juro e dos preços do petróleo) e pelo maná dos fundos comunitários que chegou a ser de um milhão de contos por dia, grosso modo. Traduzia-se no apoio do governo aos capitalistas que lançaram os trabalhadores no desemprego, pagaram salários competitivos (mais baixos que no 3º mundo) que disfarçavam os despedimentos colectivos atirando milhares de trabalhadores para a inactividade dentro das empresas, em processos de chantagem e de uma violência moral inaudita, enfraquecendo energias a fim de impor a rescisão “voluntária”, enquanto eram alugados, à hora, trabalhadores de empreitada sem direitos.

Foi tal fé que inspirou a grande ofensiva para privatização dos sectores fundamentais da economia: agricultura, pescas, indústria, transportes.
Os grandes industriais, entretanto, iam preparando a passagem com armas e bagagens para o sector financeiro e imobiliário.


Continua...

A VIDA E OBRA DE CAVACO SILVA (3)


O eleito da Figueira iria acabar com o Bloco Central enquanto aliança governativa. E a sua vitória nas legislativas de 1985 de novo esperava pela eleição de um presidente que desse corpo ao desígnio carneirista. Porém a derrota de Freitas do Amaral deixou Cavaco sem presidente mas com apoio oportuno do PRD .

Diga-se, em abono da verdade, que o anterior governo do Bloco Central dirigido por Mário Soares lhe abrira um largo e bem asfaltado caminho. Assim, a Cavaco bastou-lhe ressuscitar a proposta de lei dos despedimentos do Bloco Central em que tudo passou a ser motivo de despedimento com justa causa: inadequação à evolução tecnológica, necessidade de extinção do posto de trabalho, pois claro, e motivos económicos, tecnológicos e estruturais de mercado. Ou seja, quando o patrão quiser.

A reprivatização, ainda ao arrepio da Constituição, do sector nacionalizado, nomeadamente os sectores básicos da economia, foi também inspirada numa proposta governamental do Bloco Central que argumentava, nomeadamente, ser “um contra senso a absolutização da irreversibilidade das nacionalizações” pois não permitiria a introdução de novas tecnologias ou a alienação de alguns equipamentos!...
Ninguém como Cavaco Silva foi tão activo ao serviço dos velhos interesses monopolistas. Ele foi, dentro da inspiração neoliberal, o seu homem de mão mais eficaz.

A reestruturação dos impérios financeiros, numa primeira fase mascarados de industriais, veio articulada com o ataque à indústria pesada metalomecânica.

A grande crise do distrito de Setúbal resultante do ataque concertado à produção da Lisnave, Setenave, Quimigal, Siderurgia, teve origem na política já traçada desde o início dos anos oitenta, mas Cavaco Silva deu-lhe o impulso decisivo. Nos finais de 1994 todo o processo de liquidção da Lisnave – o mais emblemático - com o despedimento final de mais 4 mil trabalhadores chegava ao fim, abrindo espaço à especulação imobiliária e conduzindo à morte da indústria de construção naval em larga escala.
A Siderurgia Nacional foi divida em três partes e vendida ao desbarato A SN/Empresa de Serviços ficou nas mãos do então IPE,hoje Parapública, para resolver o problema do despedimento de centenas de trabalhadores.

O ataque à Sorefame, como todos os ataques cavaquistas em forma, começa com grandes investimentos sem sentido e sem consequência na produção de material necessário aos caminhos de ferro, passando-se a alugar material de circulação a Espanha! O objectivo, nunca confessado mas alcançado, era o de dar liberdade de acção, sem concorrência, ao negócio das rodoviárias privadas, através do fecho de estações e apeadeiros e mesmo de linhas dos Caminhos de Ferro.


Continua...

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A VIDA E OBRA DE CAVACO SILVA (2)


Cavaco Silva avançou com a desregulação administrativa da economia, o ataque ao sector público, à reforma agrária, redução da inflação através da contracção do poder de compra, perspectivar o desemprego como um fenómeno de curto prazo, apostando no investimento privado estimulado pelos baixos salários e pelo controlo da inflação. Para isso os trabalhadores “têm de colaborar”, baixando as suas reivindicações. Enfim, imposição do pacto social, ou nacional ou patriótico, a bem ou a mal. Cavaco no seu melhor então como em 1985/91 ou em 2006 se lhe dessem rédea.

O projecto de Soares Carneiro era apresentado como “Reencontro histórico com Portugal para repensar o seu futuro”. E esse reencontro histórico passava pela tentativa de revogar, por referendo, o texto fundamental do 25 de Abril, a Constituição. Um plebiscito contra a Constituição.

Na altura, em Outubro de 1980, o deputado da ASDI Jorge Miranda dizia, a propósito da questão: “ A democracia constrói-se através da democracia. A democracia é acima de tudo uma atitude moral”.
Cavaco achava, já nesse tempo, que não. Achava, como hoje, que a democracia se constrói na libertinagem do mercado que a Constituição entravava.

Preparando o golpe, a AD lançou um forte ataque à liberdade de informação, impedindo os Conselhos de Redacção de funcionar, chegando-se ao ponto de os testas de ferro na RDP chamarem a polícia para impedir o Conselho de Redacção de reunir.

Grande parte dos melhores jornalistas da RDP e da RTP foram irradiados ou colocados na prateleira sendo substituídos por comissariozinhos políticos e analfabetos
O próprio Marcelo Rebelo de Sousa dizia no Expresso em Outubro de 1980: “temos, deste modo, à frente da gestão das instituições informativas controladas pelo Estado pessoas escolhidas de acordo com um critério político e que obviamente actuarão de acordo com esse critério”.

Sá Carneiro dizia na RTP que, se o seu candidato perdesse, as “grandes batalhas políticas se travariam no Parlamento”. Portanto, ganhando Soares Carneiro, as grandes batalhas políticas deixavam de se fazer no Parlamento. Sá Carneiro já morreu e Soares Carneiro já não vai a jogo. Cavaco, então membro do Governo, saberá onde iriam travar-se as grandes batalhas políticas se o seu candidato presidencial ganhasse!

Assim nasceu, pois, a vocação política e democrática de Cavaco Silva que o iria levar à Figueira da Foz em 1985 para repor o projecto inicial da AD, o repescado projecto ideológico que ainda hoje conduz, como um bolsar incontinente, os impulsos estratégicos do PSD – uma maioria, um governo, um presidente... e tudo será nosso.

Continua...

A VIDA E OBRA DE CAVACO SILVA (1)


Cavaco Silva despertou para o serviço público quando a AD traçou o seu projecto de regresso a um marcelismo pós-colonial. Tal projecto tinha como alicerces as personalidades de Sá Carneiro e Soares Carneiro um general fascista, admirador confesso de Hitler, responsável pelo Campo de Concentração de S. Nicolau, em Angola .

Em 1980 a AD une todas as camadas sociais e forças políticas, à excepção do PS, que se haviam conjurado para liquidar o movimento popular e, após o 25 de Novembro, acabar com a Constituição aprovada por todos os partidos políticos com assento parlamentar exceptuando o CDS.

A base social da AD queria impor ordem no arraial, a rápida recuperação do poder económico perdido, a reconquista de todos os privilégios postos em causa pelo 25 de Abril.

Para isso já não bastava um militar como Eanes ainda que de óculos escuros. Era preciso um militar “nato” fascista, que isso em militar disfarça melhor que em civil.

Esta rememoração é importante para ver com quem lidamos. O projecto de Sá Carneiro passava pela marginalização da Assembleia da República, apesar de nela dispor de maioria, para não ter que responder formalmente perante a oposição. Sá Carneiro recusou apresentar programa de governo depois das eleições de Outubro de 1980 e, em vez disso, apresentou uma moção de confiança sem qualquer sustentação. Tratava-se de um projecto golpista a contar com a eleição de Soares Carneiro para Presidente da República que imporia, então, como constava do seu programa, o referendo contra a Constituição.

Cavaco era o ministro das finanças desta espécie de comissão eleitoral cuja actividade se destinava à propaganda do já dado como vitorioso general de S. Nicolau.

Continua...
 
Caricatura de henricartoon

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

CAVACO SILVA NO SEU MELHOR...

Agora que o Cavaco já lá mora, vamos dar uma vista de olhos ao seu currículo. Sim, porque toda a gente quando concorre a um emprego tem de apresentar o seu "deve e haver" da sua vida. E verdade se diga que Cavaco Silva tem um currículo político de se lhe tirar o chapéu...

Por exemplo, quem se lembra das horas tolas de Verão no tempo do Cavaco? Era engraçado. Às onze da noite ainda era dia. De manhã às nove horas ainda era noite. A criançada ia para a escola acabar de dormir, porque de véspera iam para a cama tardíssimo, porque anoitecia 2 horas mais tarde que o horário normal. Felizmente que Cavaco levou um chuto em 1995 e as coisas voltaram ao seu estado natural...

Era o Cavaco no seu melhor...

domingo, 23 de janeiro de 2011

IGREJAS E PROCISSÕES...

Há um blogue penafidelense que, dizem, fala muito de Penafiel. Mas na realidade o que mais aborda são igrejas, procissões, andores e santos. O seu autor, até pode ser bom rapaz. É um puto novo, mas já está com alguns vícios que lhe tiram alguma lucidez. É censor, é arrogante, é pretensioso e está rodeado de um grupo de pessoas, julgo que jovens, com pouca formação ao nivel da cidadania e sem cultutra democrática. A esta gente, apesar de nova, dedico-lhe as mesmas palavras que o jornalista Óscar de Mascarenhas dedicou há dias a Cavaco Silva: "Quantas piscinas municipais de chá precisa um homem destes de beber antes de ser digno do lugar que ocupa?"

O autor do blogue em questão não tem a noção do que é um blogue na sua essência. Não é independente. Politicamente, não pensa por si próprio. Pensa pela cabeça dos outros e mais não é que o porta voz da Câmara Municipal de Penafiel, apostada que está em destruir referências desta terra. O blogue em causa não pratica (se calhar a isso não é obrigado) um serviço publico e só é aplaudido pelos seus amigos, comadres e compadres da JSD. Basta ler os seus comentários.  Não denuncia, não alerta, não faz nada por Penafiel. Limita-se a tirar fotos de igrejas, andores e procissões. Outras fotos que coloca no blogue, são fotos de uma paisagem penafidelense por onde Alberto Santos não passou. Felizmente para nós penafidelenses, Alberto Santos passou por poucos lados. Caso contrário Penafiel estaria irreconhecível, como se calhar virá a estar quando se der início à famigerada regeneração urbana que promete para 2011.
É um blogue que é muito visitado, diz o seu autor, mas que não é muito recomendável, porque não traz nada de novo a não ser uma bocas recorrentes, que nada vêm a acrescentar a Penafiel...

Bom, afinal porque é que eu estou aqui com estas coisas? Eu estou a falar disto, porque eu costumo fazer comentários nesse dito blogue. Eu gosto de comentar tudo e qualquer coisa, concretamente problemas que digam respeito a Penafiel. Eu gosto de debater, de discordar. Gosto até de alguma polémica, desde que esta não ultrapasse as regras da boa educação, o que aconteceu muitas vezes. Quem me conhece sabe que eu não sou cobarde. Que não atiro pedras e escondo a mão. Escrevo nos jornais desde 1984 e sempre assinei os textos que escrevi. Nunca fui anónimo. Não sou anónimo. Nunca serei anónimo.

É desta gente nova que eu tenho medo. Mostra que o futuro desta terra e deste país pode estar comprometido com semelhante gente. Por sinal muita gente...
Com gente como esta,  a minha terra e o meu país estão entregues à bicharada. Pobre terra e pobre país...

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

MANUEL ALEGRE...


Manuel Alegre esteve ontem em Penafiel. Teve menos gente que Cavaco . A fazer a diferença talvez a não presença de alguns que estiveram no sábado, tais como: assessores da câmara municial de Penafiel, alguns indigentes, alguns indecentes e muitos lacaios. Estes não estiveram lá ontem a aplaudir o poeta que diz: "há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não".
Quem também não esteve, foram os radicais socialistas do PS de Rio Mau. É por estas e por outras que andamos todos a gramar Cavacos e cavaquistas um pouco por todo o lado. O Partido Socialista não tem emenda. É uma caricatura...

Mas a a maior caricatura política destes dias, foi a presença junto de Cavaco no sábado, do presidente da Junta de Freguesia de Guilhufe, que era do PS e que depois passou a "independente social democrata".
Há pessoas que não têm um pingo de vergonha...
Porque que este homem não assumiu logo que virou do PS para o PSD?

domingo, 16 de janeiro de 2011

VIVA A MADEIRA...

Nem Cavaco Silva conseguiu escapar às novas regras de austeridade. Alberto João Jardim e outros seis políticos madeirenses não vão ser abrangidos pela proibição, imposta pelo Governo, de acumular a reforma com o vencimento que recebem como titulares de cargos políticos, prevista no Orçamento de 2011 e num decreto-lei que altera o Estatuto da Aposentação, não pode ser aplicada nas regiões autónomas, dado ser matéria sobre a qual só a região pode legislar.
Enquanto isso não acontecer, Jardim pode continuar a receber a pensão de cerca de 4000 euros na totalidade, em simultâneo com o ordenado de presidente do Governo Regional. Na mesma situação está o presidente do parlamento regional, Miguel Mendonça, um secretário regional, três deputados do PSD/M e um do PS.
A situação não é semelhante nos Açores porque, desde 2005, Carlos César ajustou o estatuto dos políticos açorianos ao do Continente.
Ah grande Madeira, grande Jardim, grande PSD...

CAVACO SILVA...



 Ontem esteve cá em Penafiel este senhor, que tudo indica vai ser de novo o Presidente da República. Este é o senhor que não faz comentários ao que quer que seja quando confrontado pela comunicação social. Pois, ele o que sabe é nada. Este homem, sabe é nada. Nunca soube. Quando foi primeiro ministro, o que soube fazer, foi dar cabo do aparelho produtivo e dar dinheiro aos funcionários públicos. Este homem em apenas dez anos deu cabo de um país de quase nove séculos. É este senhor que vai bater o recorde de mais tempo no poder, vinte anos.
Ontem em Penafiel, foi uma festa. Na confusão, vi gente indigente, vi gente indecente de bandeirinha na mão. Vi assessores da câmara municipal a dar vivas ao Cavaco.  
A sua visita a Penafiel teve uma nota positiva: Assim se cortou a erva que estava junto ao edifício da Câmara Municipal. Faz lembrar, quando ele veio inaugurar o Museu. A Câmara mandou limpar as ruas por onde sua excelência tinha de passar. Houve receio que ele visse o asseio da nossa cidade...
Ontem foi igual...

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

VERDES SÃO OS CAMPOS...





O que é feito do vereador do ambiente? Não está em Penafiel? Não vê este verdete espalhado pela cidade, Ou será que também somos pioneiros nesta história da porcaria na cidade? Penafiel nunca esteve tão suja. A Praça da República está uma miséria.
Tiago Lopes você que anda sempre a tirar fotos dê uma volta pela cidade e veja por si mesmo como ela está..
Está linda como nunca esteve.
Esta verdura toda deve ser para compensar a falta de uma mancha verde que este executivo nunca se preocupou em plantar no centro da cidade...

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A "PERSONALIDADE DO ANO" segundo o jornal "Verdadeiro Olhar" - Conclusão

Sr. Director do jornal "Verdadeiro Olhar"

O seu jornal também premiou Mário Magalhães pelo seu desempenho à frente da empresa municipal “Penafiel Verde. Francamente. O que é que é feito daquele monte de papéis que o senhor me mostrou, quando lhe fiz uma visita, em que punham em causa as contas dessa empresa municipal? Deitou-as ao lume? Fez muito bem, porque vai por aí um frio de rachar.

Sabe que a empresa das águas, já subiu os preços das milhares de taxas que vêm escarrapachadas na facturação. Isto num ano de grandes dificuldades para os consumidores em geral. Deve saber. Mas se calhar não sabe que esta empresa patrocina o FC de Penafiel. Também não sabe quanto isso custa. Nem eu sei, o quanto eu pago na minha factura que vai para os bolsos de uma equipa de futebolistas estrangeiros. Mário Magalhães, não imitou por exemplo, o seu colega de partido Marco António Costa, de Gaia, que introduziu na factura da água, um tarifário social para beneficiar cerca de quarenta mil famílias carenciadas.

Voltando à vossa “Personalidade do Ano” e para terminar. Só faltam 30 meses para Alberto Santos ir embora da Câmara. E nestes 30 meses muita coisa ainda pode acontecer. Mas a acontecer e pelos “ameaços”, Penafiel não vai ficar melhor, não vai ficar mais atractiva, mais bonita, capaz de seduzir quem por lá quiser passar. Na minha opinião, este autarca perdeu uma grande oportunidade de modernizar, corrigir, embelezar Penafiel, com sustentabilidade e razoabilidade. As mudanças já operadas e as que se projectam para o futuro, vão continuar a derrubar referências numa terra, que tinha tudo para se tornar a “melhor terra do mundo”.

Alberto Santos teve tudo para ter sido um grande autarca e Penafiel ter beneficiado com isso. Penafiel anda a descaracterizar-se todos os dias…

Ah, já me estava a esquecer, senhor director. Será que vocês atribuíram o Premio Personalidade do Ano, por Alberto Santos ter recuperado em 2010, a maior esplanada de Penafiel, que fica no jardim do calvário e o Bar do Lago no jardim do Sameiro? Por se ter munido de uma postura camarária de 1951/52 para assim  proibir a construção de um centro comercial no local do antigo cinema? Por ter construído uns mais que necessitados sanitários no centro da cidade? Por ter adquirido o prédio dos “machadinhos”, evitando com isso a destruição de uma referência de Penafiel? Teria sido?
A ser assim está correcta a vossa distinção…

Até sempre…

A "PERSONALIDADE DO ANO" segundo o jornal Verdadeiro Olhar - capiítulo 8

Senhor Director do jornal "Verdadeiro Olhar"

Eu queria ainda falar da faceta literária de Alberto Santos.

O senhor diz que o livro tem sido apresentado por grandes figuras nacionais. Olhe se todas forem como o Francisco José Viegas ou Alfredo de Sousa, Alberto Santos anda muito mal acompanhado. Não sei se sabe quem é este Francisco José Viegas. Se não sabe eu digo-lhe. Este senhor é um pró israelita, anti palestiniano e pertence a um grupo constituído por, repare neste friso de personalidades: Vasco Graça Moura, Pacheco Pereira, José Manuel Fernandes e Durão Barroso, que aplaudiram a invasão do Iraque, jurando a pés juntos que viram armas de destruição maciça em terras de Saddam. Um lindo ramalhete para decorar uma sala da impunidade.

Na apresentação na Biblioteca quem apresentou a obra, foi Alfredo de Sousa, um conhecido intelectual da nossa praça, que há dias num jornal local, não teve pejo em qualificar um bairrista de pacóvio. Eu enfiei a carapuça, porque sou bairrista. Não sei se Alberto Santos fez o mesmo, porque ele também o é. Ele disse-mo numa entrevista ao meu jornal em 2005. É gente deste calibre que acompanha Alberto Santos…
Diga-se também que a primeira apresentação do romance “A Profecia de Istambul” no Shopping, mais pareceu um comício do PSD. Não fica bem a ninguém.

Quanto ao livro propriamente dito, não posso dizer nada. Não o li. Mas acredito que seja um bom livro como foi o primeiro “A Escrava de Córdova”. Desta vez vou comprar, quando tiver dinheiro para isso, o “Anjo Branco” de José Rodrigues dos Santos, porque é baseado na vida de seu pai, o penafidelense José da Paz, que eu conheci.

Ainda nesta matéria, o senhor também diz que o escritor penafidelense faz questão de separar as águas. Ora aí é que está o grande mal de Alberto Santos. Estamos diante de duas personagens. Uma o escritor que eu considero muito bom e outra o autarca que eu não considero bom. Nada bom mesmo.

Saramago disse em Penafiel na Escritaria de 2009, que para onde ia o escritor ia também a pessoa, o cidadão. Alberto Santos infelizmente não é assim. Lamento que assim seja. Porque se o autor da “Profecia de Istambul”, fosse o mesmo que dirige os destinos de Penafiel, esta terra não seria vítima de tantos atentados culturais, patrimoniais, históricos e urbanísticos. Não vale a pena estar aqui a desenvolver esta questão. Já falei nela um milhão de vezes.
Depois como é que um homem de letras, um cidadão de cultura que é presidente da Câmara de Penafiel há dez anos, não se lembrou de realizar uma sequer, Feira do Livro. Há aqui algo que não bate certo.

A Associação Empresarial de Penafiel, nos dois últimos anos, realizou duas Feiras do Livro. Devo dizer que na de 2009, Alberto Santos esteve presente. Era ano de eleições. Na de 2010, ninguém o viu. Não era ano de eleições.

Em 2009, esteve presente na apresentação do livro de Júlia Mota, porque era ano de eleições. Mas em 2010, não esteve presente na apresentação do livro de Afonso Leal, uma pessoa muito leal a Penafiel, porque não era ano de eleições. Se estivesse presente aperceber-se-ia de um facto trági-cómico . Afonso Leal foi “corrido” do Museu para fora, porque estava na hora de este fechar. Afonso Leal teve de autografar sem as mínimas condições, alguns livros, no átrio do melhor museu de Portugal.

Eu sei que Alberto Santos não é omnipresente, não pode estar em todo o lado por falta de tempo, mas consegue disponibilizar um ror de tempo para as milhares de apresentações do seu segundo trabalho literário. Custa-me aceitar essas dualidades, esses critérios.
Estas são algumas verdades que o Senhor Director do Jornal “Verdadeiro Olhar” desconhece. Desconhece o senhor e desconhece a equipa de jornalistas que o acompanha.

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A "PERSONALIDADE DO ANO" segundo o jornal "Verdadeiro Olhar" - Capítulo 7

Senhor director do jornal "Verdadeiro Olhar"

Quanto ao cancelamento de alguns eventos, foi preciso o país entrar em crise para Alberto Santos começar a perceber e a reconhecer os forrobodós em que durante anos esta autarquia andou metida. Se calhar são positivos estes cortes orçamentais ditados pelo governo. Os autarcas começam a saber fazer melhor as contas.
Estou de acordo pelos cortes na atribuição de dinheiros para o futebol. O FC de Penafiel, tem de viver à sua custa. Se não tiver potencial financeiro para estar numa liga que esteja noutra. O futebol não é uma mais valia para qualquer terra. O futebol é um espectáculo caro, por que os seus actores são pagos principescamente, tendo em conta as dificuldades que apor aí andam.

Não estou de acordo que acabem com os concertos da Orquestra do Norte na igreja da Misericórdia. A música é fundamental para as pessoas, é mesmo uma alavanca de desenvolvimento do elemento humano. Podem de facto estes concertos serem um tanto eruditos, mas nem só de Tony Carreira vivem os penafidelenses.

Gostaria que acabassem as Escritarias em Penafiel, pelo que eu já disse atrás. Aos penafidelenses não diz nada andar a gastar dinheiro com figuras nacionais, quando este executivo nem sequer se lembrou de reunir os poetas de Penafiel e publicar uma colectânea em livro. Por acaso, Alberto Santos sabe quem é o autor penafidelense das “Palavras Mansas”. Por acaso o nosso presidente sabe quem escreveu um dos poemas mais lindos da literatura penafidelense, que se chama “As minha tês Amantes”. Não saberá, porque anda preocupado com os Urbanos, com os Saramagos ou com as Agustinas. Porque estes são de estaleca e trazem uma frases para espalhar por quelhos e esquinas da cidade.

Estive de acordo com a suspensão do foguetório na passagem do ano. Era dinheiro atirado ao ar. Não estive de acordo com a não iluminação da cidade por alturas do Natal. Esta quadra natalícia precisa dessa luminosidade.

Estou de acordo que terminem essas iniciativas ligadas à gastronomia, como por exemplo a Rota da Lampreia e outras jantaradas que ao logo destes dez anos encheram a barriga de amigos e confrades. Espero que estejam incluídas as excursões dos avós a Fátima. Para homenagear os nossos avós não é preciso tanta festa. Está na hora de acabarem com o jantar de natal para os funcionários da Câmara. O jantar e a confraternização até podem continuar, mas que cada funcionário pague do seu bolso. É mais democrático e justo.

Não sei o que passa com o Prémio de Poesia Daniel Faria, mas parece que já foi. Também não faz mal nenhum. Era uma aberração, que para além de ter o nome de um poeta de Paredes, só servia para gastar dinheiro e entregar prémios a poetas consagrados, quando o objectivo era incentivar a escrita e o aparecimento de novos autores, concretamente penafidelenses. José Luís Peixoto foi um deles que veio aqui sacar a edição de um livro.

A cultura em Penafiel, anda ao contrário, começou por cima, com “Entre Pedras, Palavras”, em que se abriram as portas de par em par aos consagrados, ignorando ostensivamente os da casa. Gente fina é outra coisa. Não vou por aí. Para se construir uma casa temos de começar pelos alicerces.

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A "PERSONALIDADE DO ANO" segundo o jornal "Verdadeiro Olhar" - Capitulo 6

Senhor director do jornal  "Verdadeiro Olhar"

Mudando de assunto, é verdade que o executivo camarário penafidelense deu início à limpeza do rio de Cavalum. Senhor Director, sabe quantos anos é que Alberto Santos se atrasou nesta matéria. Precisamente o tempo que vai desde a inauguração do Parque da Cidade, até hoje. Muito tempo a ver um rio a correr sujo e nada se fazer.

E a rotunda que foi construída na mesma zona? Essa rotunda peca por tardia. Se ela tivesse sido feita na altura em que se fez o Parque da Cidade, como era um imperativo, se calhar o meu amigo Timóteo e sua esposa não tinha falecido vítimas de acidente. Isto é incúria política. É falta de visão estratégica. É laxismo. É o deixa andar.

Repito, ao fazer-se o Parque da Cidade, a limpeza do rio e principalmente a rotunda deviam ter sido feitas nessa altura, porque já se sabia que iria haver mais gente, mais trânsito, a circular por ali.

O ano de 2010 também ficou marcado pelo início da construção do novo Cine-Teatro S. Martinho em Penafiel. Sr. Director até podia ser verdade. Mas Alberto Santos também não quis nada com isso. Olhe, mas em Felgueiras houve quem tivesse sensibilidade para recuperar o seu antigo cinema. O Cine-Teatro Fonseca Moreira vai ser agora inaugurado. Mas Felgueiras não é Penafiel. Não andam a olhar para o seus umbigos e ver se as gravatas vão bem com as cores dos fatos que se vestem.

Por isso, é que eu acho ridículo essas atribuições de prémios de Personalidade do Ano, ou coisa assim. É uma grande mentira. É uma palhaçada pegada.
O que Alberto Santos sabe muito bem, é como ganhar eleições. Eu não percebo, mas de facto esse mérito ele tem. Faz lembrar o outro Alberto, o da Madeira, que vai ganhar eleições até morrer.
Mas atenção, eu não penso como esse intelectual e execrável político do PSD, Vasco Graça Moura que disse há tempos no DN, que o eleitorado do PS, é estúpido. Não vou por aí. Alberto Santos ganha eleições democraticamente e ninguém é estúpido. O que pode haver é muita gente que anda enganada, distraída e que vota mecanicamente, não conduzindo com a razão o gesto de depositar o voto na urna. Em Penafiel vive-se uma espécie de epifania, que citei atrás, isto é, o aparecimento de um deus, de uma divindade que veio salvar o mundo e é idolatrado por todos, ou quase todos, até ao paroxismo.

Senhor director, não faça grande festa, porque afinal a maioria dos penafidelenses não votou em Alberto Santos nestas e nas outras eleições. É só analisar os resultados com atenção. Consulte os resultados e veja por si próprio que de facto a maioria dos eleitores penafidelenses não está com este executivo. É só fazer as contas, como dizia o outro.

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A "PERSONALIDADE DO ANO" segundo o jornal "Verdadeiro Olhar" - Capítulo 5

Senhor Director do jornal Verdadeiro Olhar

Não me faça falar na “Escritaria” em Penafiel. Aquilo que podia ser uma festa da cultura, mais não que é a cultura da festa. Aliás é a imagem de marca da edilidade bem conhecida na região. Aquilo, é uma feira de vaidades. Essa não é a verdadeira cultura, porque não está ao serviço das populações, mas apenas ao dispor de alguns intelectuais de trazer por casa. Casa penafidelense, entenda-se.

Tenho alguma relutância em falar sobre as Escritarias, porque se calhar estarei de acordo com algumas vozes, que dizem que esta iniciativa cultural foi inventada pela autarquia para servir de rampa de lançamento para o escritor Alberto S. Santos que estava a despontar. A “Escritaria” paga com dinheiros públicos, funcionou ou funciona para o autor de “A Profecia de Istambul” como sua promoção, a sua entrada no panorama literário português.

Ainda em relação à Escritaria, o Sr. Director não devia tecer grandes comentários. Quando o senhor diz que foram três escritarias, para o seu jornal só foram duas. Porque o senhor e o seu jornal ignoraram ostensivamente a vinda do “anti-cristo” José Saramago a Penafiel. Eu sei que o senhor é muito católico. Vai à missa todos os dias e não vai com a cara do Nobel da Literatura português. O senhor faz-me lembrar o Sousa Lara. Cruzes canhoto!

 
 Sobre a Bracalândia, que Alberto Santos considerou como um acontecimento que só acontece de cem em cem anos, o que se me oferece dizer é que, ou me engano muito, ou vai ser um fiasco de todo o tamanho. Ainda há pouco tempo veio a lume que a administração do “Paraíso da Brincadeira, não tinha dinheiro para pagar salários. O que se passa com a tão propagandeada atracção turística e bandeira de Alberto Santos para as eleições de 2009 que, dizia ia receber 350 mil visitantes por ano? Até pode vir a ter essas visitas todas, mas é se a Câmara fizer o que já fez: pagar os bilhetes de entrada para a malta das escolas. Vamos ver o que aquilo vai dar, mas se calhar vou dar razão ao Mesquita Machado de Braga, quando quis ver-se livre de semelhante mastodonte.


Já agora eu pergunto-lhe: está de acordo com os preços de entrada no dito parque temático? 18 euros? Não acha que é demais para uma espécie de S. Martinho um pouco mais favorecido? Será que com esta crise, a sua afluência vai aumentar? Parece que já estou a ver as pessoas sem paciência para aguentar tantas horas na bicha para tirar bilhete de ingresso. Assim uma espécie de Expo/98.



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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A "PERSONALIDADE DO ANO" Segundo o jornal "Verdadeiro Olhar" - Capítulo 4

Sr. Director do jornal "Verdadeiro Olhar" 

O senhor também alude ao pioneirismo deste executivo. Pioneiro é de facto um vocábulo muito utilizado por Alberto Santos. Utilizado até à exaustão, até ao cansaço, faz lembrar o Cavaco quando governava, e disse milhões de vezes aos não sei quantos ventos, que Portugal estava no pelotão da frente.

Penafiel é pioneiro nas acessibilidades e mobilidades para todos, quando estas ainda estão por fazer. Mas bandeiras tem que chegue. Aqui sim é pioneiro. Nunca vi tantas bandeiras. Até tem uma na “Penafiel Verde”. Começou pela simples bandeira da mobilidade, depois veio a de prata, quase no dia seguinte, veio a de ouro. A continuar assim temos em breve a de platina, para depois vir a de diamante.

Em relação à mobilidade em Penafiel, o que eu vejo é muito paleómetro e pouca obra. É livros (dois luxuosos livros) reuniões, mais reuniões, conferências e mais conferências sofás no meio da rua e obras por fazer. Vá a Penafiel e dê uma volta ali perto do edifício da Câmara e veja a quantidade de barreiras arquitectónicas.
Há dias um senhor idoso, depois de atravessar a passadeira em frente à Câmara, não levantou devidamente a perna para aceder ao passeio e foi parar ao hospital. No chão ficaram as marcas a vermelho do tombo que deu.

Já agora repare no ridículo de reivindicarem o pioneirismo no que respeito à redução do sal no pão. Fico siderado com tamanho feito. Depois como se não bastasse, um dia destes também soubemos que a Câmara distribuiu fruta pelas escolas.
Mas… o que é isto? Também é pioneiro na distribuição de maçãs, laranjas e bananas? Então as escolas não davam fruta aos alunos? Esta notícia que mereceu honras de primeira página em jornais locais e regionais, mais parecia uma cena de um telejornal, quando se vê humanitários a distribuir comida nos campos de refugiados.

Este executivo virou nutricionista, com esta história de ensinar a comer com menos sal e mais fruta. Só gostava de saber se nos últimos jantares de Natal que a edilidade e Junta de freguesia pagaram aos funcionários da Câmara e aos reformados pobres e ricos desta terra, se confeccionaram as comidas menos salgadas. Pronto, gostava de saber. É que eu não fui a nenhum destes jantares pagos com o dinheiro dos contribuintes. Em Penafiel não é o sal no pão que faz subir a pressão arterial. São outras coisas…

Quanto à história das Scuts e da IC 35, estou convencido, que se a cor do governo fosse laranja, Alberto Santos não seria tão “vermelho”, tão combativo, tão “refilão”. Todos nós sabemos como é partidarite, como são os políticos, ou não fosse esta a classe mais desprestigiada, de umas quantas que andam por aí que só pensam no topo da carreira sem se esforçarem muito na execução nas sua tarefas. Para bom entendedor meia palavra basta…
E depois em relação às Scuts, a minha opinião é: ou pagam todos ou não paga ninguém. Defendo o princípio do utilizador pagador. Parece que Alberto Santos não pensa assim.


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domingo, 9 de janeiro de 2011

A "PERSONALIDADE DO ANO" segundo o jornal "Verdadeiro Olhar" - Capítulo 3

Sr. Director do jornal Verdadeiro Olhar

Como o senhor não sabe o que se passa em Penafiel, mais uma vez eu vou informá-lo de algumas penafidelidades que desconhece.

Em primeiro lugar quando o senhor diz nas justificativas para a atribuição do prestigiado galardão: “foi Alberto Santos que conduziu o processo que deu ao Museu Municipal nova casa em 2009”, não devia dizer, porque é mentira. Nada mais falso, meu caro amigo. O Sr. não sabe do que está a falar. Quanto à sua redacção de jornalistas, também não sabem o que quer que seja nessa matéria. Eu não venho aqui em defesa deste ou daquele político que antecedeu a Alberto Santos. Quero que tenham muita saúde e passem muito bem.

O local onde está instalado o Museu de Penafiel, foi uma ideia da dupla Agostinho Gonçalves e do vereador da cultura Rui Silva, contra o qual o PSD na altura votou contra. Nessa altura o PSD e Alberto Santos como deputado municipal, foram contra tudo o que estava à volta da construção do Museu. Isto para que saibam. Depois, quando Alberto Santos entrou para presidente da autarquia em 2002, o novo Museu já tinha projecto aprovado e financiamento assegurado. Reservou-se para o actual presidente um papel menor, que foi dar fim àquela obra.

Esta história faz-me lembrar Rubens, um célebre pintor do século XVII. Este artista flamengo, tinha uma equipa de pintores, seus discípulos. Para a realização das suas grandes obras, ele fazia o mais importante que era traçar a lápis na tela o esqueleto do trabalho que pretendia realizar. Depois, quem colocava a cor e a tinta eram os seus discípulos. E o Museu Municipal de Penafiel foi um pouco assim. Quem fez o trabalho mais difícil foi Agostinho Gonçalves. Alberto Santos limitou-se aos acabamentos. Mas atenção, não estou a querer dizer que Alberto Santos seja considerado discípulo de Agostinho Gonçalves. Não, nada disso. Estou somente a dizer o que disse. O trabalho principal no Museu, quem o fez não foi a vossa Personalidade dos dois últimos dois anos. Por muito que lhe doa, esta é a verdade, Sr. Director do Verdadeiro Olhar.
Mais, estou plenamente convencido que se Rui Silva continuasse na presidência da Câmara, o Museu abriria muito mais cedo, e a sua construção não teria caído nas mãos de Santa Engrácia.

O Museu Municipal é de autoria de Alberto Santos como a Biblioteca é de Agostinho Gonçalves. Nunquinha na vida. Para mim, ambos os equipamentos de cultura são de autoria da Câmara Municipal de Penafiel, independentemente do presidente que estivesse no poder. Mas não estarei a ser injusto, se disser que a Biblioteca é de autoria de Justino do Fundo e o Museu é de Agostinho Gonçalves, doa a quem doer.

Quer mais? O próprio Parque da Cidade, não foi ideia de Alberto Santos. Rui Silva disse numa entrevista ao meu jornal em Junho de 2001, que Penafiel ia ter Parque da Cidade. Posso prová-lo, se quiser. Alberto Santos limitou-se a pegar na ideia e concretizá-la. Ele que, nas eleições autárquicas de 2001 acusou Rui Silva de como presidente, fazer apenas obras de consequência e não de iniciativa. Parece-me que foi ao contrário.

Sr. Director, a sua redacção está em Paredes, mas parece estar nos antípodas de Penafiel. Porque tudo o que diz sobre Alberto Santos ou é exagerado ou mentira. O seu jornal não acompanha os acontecimentos de Penafiel. Não sabe o que se passa...

Continua...

sábado, 8 de janeiro de 2011

A "PERSOLNALIDADE DO ANO" segundo o jornal "Verdadeiro Olhar" - Capítulo 2

Sr. Director do jornal “Verdadeiro Olhar”

 
 Quanto à atribuição do prémio “A Personalidade do Ano”, já é a segunda vez. Olhe que duas seguidas não é para qualquer um. Por isso, a si e à sua equipa de jornalistas, eu digo apenas: deve ser um grande, grande amor, uma paixão cega, ou então algo a roçar a epifania por uma pessoa que para além de usar belas gravatas, quando sair da presidência vai deixar um lastro de vacuidade, de ficção, de “parecia que ia ser mas não foi”.

Alberto Santos, agora próximo do fim da sua reinação em Penafiel, praticou o culto da personalidade, em que a imagem prevaleceu acima de todas as coisas. Alberto Santos, para além de ser um bom alfaiate, porque sabe muito bem as linhas com que se cose o tecido da política, foi um gestor de ilusões, um vendedor de sonhos, e um predador de memórias. Já dizia Miguel Veiga, um histórico do PSD: “um homem que não tem memória, morre de frio”. Por isso, Alberto Santos que se cuide. Porque andar com os pés frios, não é lá muito confortável. Se andasse a pé até os aquecia, mas como só se desloca de carro, para onde quer que vá… ao contrário, por exemplo, de Justino do Fundo, que diariamente à noite ia aquecer os pés, percorrendo de lés a lés a sua cidade para saber um pouco mais do espaço que ele bem orientava.

Já no ano passado vocês o elegeram, dele pouco ou nada sabendo. Ou o que sabiam, não se afigurava como relevante para que fosse o nosso presidente de Câmara o escolhido. Vocês não sabiam, nem hoje sabem, o que se passa em Penafiel.

É evidente que não é para levar a sério essa eleição. Acho que não é sério. Não tem substância. Trata-se apenas da opinião da sua redacção.
Eu sei que vocês, já estão a rezar: “O Beça Moreira é do contra, este gajo só sabe dizer mal, só sabe criticar, para ele nada está bem, anda sempre com a língua bem afiada no sentido da crítica destrutiva”. Enfim o blá, blá blá do costume. A este propósito, deixe-me Sr. Director, recuar alguns dias.

No dia 30 de Dezembro último, o Manuel António Pina recordou no JN, uma entrevista em que o futebolista Matateu disse a Baptista Bastos: “Digamos tudo o que quisermos, excepto dizer mal”.
Já foi há muitos anos. Sou do tempo de Baptista Bastos, mas não do tempo de Matateu o célebre jogador do Belenenses, mas acredito que assim foi. E foi no tempo desse “grande senhor” de nome Salazar.

O escritor José Cardoso Pires também me ensinou que, apenas devemos falar do que está mal, na tentativa de sensibilizar os poderes para que as coisas mudem para melhor. E eu vou por aí. Falarei sempre do que está mal em Penafiel. Costumo dizer que o que está bem, toda a gente vê. Mas o que está mal, só não vê, aqueles cidadãos que não são livres. Não têm opinião própria e pensam pela cabeça dos outros, que o mesmo é dizer, pela cabeça do seu chefe político.

Não pertenço a esse grupo. Uso a democracia e a liberdade para exercer um direito de cidadania que tenho, para dizer o que penso da minha terra e do meu país.

 Continua...

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A PERSONALIDADE DO ANO segundo o jornal "Verdadeiro Olhar - Capítulo 1

Sr. Director do Jornal “Verdadeiro Olhar”

O que me traz aqui é algo que já pressente. É isso mesmo: a escolha pelo seu jornal de Alberto Santos para prémio “Personalidade do Ano”.

Começo por dizer, e não é novidade para quem quer que seja, que nada de pessoal me move contra Alberto Santos. O que me separa do presidente da Câmara, é estritamente público e municipal. Já o conheço há bastantes anos e da sua privada não sei, nem quero saber. A mim o que me interessa é ver e saber o que ele faz ou deixa de fazer em Penafiel, concretamente na minha cidade. 

Então e em jeito de introdução deixe-me dizer, que o supra sumo do jornalismo desta região disse há tempos, numa das suas intervenções “sem emenda” numa televisão de carácter regional, que José Sócrates esfalfou-se todo para obter um autógrafo de Chico Buarque, numa das suas visitas ao Brasil. Mas esqueceu-se, que houve um amigo dele, que por acaso é presidente de Câmara, que até o trata por tu, levou uns apertos, levou uns empurrões da populaça para levar um sarrabisco do Tony Carreira no seu bloco de notas, para mais tarde recordar. Isto sem falar daquele grande e efusivo abraço que deu e levou do filho do rei da piroseira, o menino de plástico de nome Mikael, numa recente Agrival.

Não sendo eu socrático, porque sou mais aristotélico, só posso gabar o bom gosto do nosso Primeiro-Ministro, porque Chico Buarque não tem propriamente a “carreira” destes cantadores da sopeirada, que transformam notas de música em notas de conto, com uma facilidade impressionante. Vá-se lá saber como e porquê.

O presidente de câmara de que estou a falar, é de facto o seu escolhido como a Personalidade do Ano de 2010, Alberto Santos. Eu que pensei que os gostos musicais de Alberto Santos, não andassem por aí. Mas cada um é como cada qual e não tenho nada com isso. Mas…eu nunca me meteria em confusões para obter um autógrafo de quem não gosto, valha-me deus…

Há um outro pequeno mas significativo apontamento que devo deixar aqui repousar: Quando Sousa Pinto se apresentou como candidato à presidência da câmara, salvo erro em Abril de 2009, numa roda de amigos jornalistas, ouviu-se o seguinte comentário: “Alberto Santos é uma decepção. Esperava-se muito mais de uma pessoa de outra geração, não trouxe nada de novo, ele que é um jovem…”. Isto foi dito por um, que o tenho como um jornalista insuspeito, porque não é natural de Penafiel.

 Não quero que duvide do que estou a falar. É tudo verdade. Não tenho o costume de inventar, como o senhor director, que inventou tudo e mais qualquer coisa para me dar um chuto no cu do seu jornal. Olhe que hoje ainda lá tenho a marca.

Mas são águas passadas e como águas passadas os moinhos não servem para nada, só me resta dar uns mergulhos nas agora “límpidas” águas do Cavalum, para disfarçar o vermelhão que lá ficou.


Continua…

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A PERSONALIDADE DO ANO segundo o jornal "Verdadeiro Olhar"


Amanhã, 7 de Janeiro, vou dar início a uma série de comentários sobre o tema que serve de título. Como o texto na íntegra é longo, resolvi dividi-lo em capítulos para não cansar muito.

sábado, 1 de janeiro de 2011

OS ALBUQUERQUES

Captura de Gungunhana em Chaimite por Mousinho de Albuquerque


Ambos falam de livros. Ambos são comunicadores. Ambos são de direita. Um é professor, o outro é jornalista. Ambos falam na televisão. Um, numa televisão de carácter regional, o outro numa estação nacional. Um é ao domingo à noite, outro é quando calha. Têm estas coisas em comum, mas estão de facto longe um do outro. Nenhum deles tem contraditório. Dizem o que lhes vem à cabeça e lá vai disto que são horas. Ambos falaram dos Albuquerques. Um foi recentemente, o outro já foi há tempos, mas só agora é que descobri, tal achado. Um só aludiu a uma data histórica. O outro teceu alguns comentários. Um lembrou os 500 anos da “Tomada de Goa”, por Afonso de Albuquerque. O outro falou da heroicidade de Mousinho de Albuquerque. É caso para dizer: Olhem que dois, tão apaixonados pelos Albuquerques.
Um Albuquerque, o Afonso, tomou Goa fez no dia 25 de Novembro quinhentos anos. O outro Albuquerque, o Mousinho, capturou Gungunhana em Moçambique, no tempo do gordo caçador rei D. Carlos.
Já estão a ver naquilo em que me estou a meter. Estou-me a meter na saga dos “descobrimentos”, na “expansão” portuguesa, no colonialismo, na escravatura. Estou-me a meter em farrapos que dão pano para muitas mangas. Mas eu só quero e brevemente, falar destes dois grandes “heróis” portugueses.
Desde já lhes digo, que para mim, os descobrimentos não existiram, com excepção da descoberta da Madeira e dos Açores. O que se passou numa fase da nossa história, foi apenas um assalto a terras que tinham riquezas e era preciso ir buscá-las para suprir falta de tudo num país miserável, ainda por cima saído de uma “peste negra” que arrumou com meio mundo. Os “descobrimentos” se me dizem alguma coisa é pela negativa. Não tenho nenhuma simpatia por nomes como Vasco da Gama, Infante D. Henrique, Pedro Álvares Cabral, Francisco de Almeida e outros que ao serviço da “coroa” portuguesa, cometeram as maiores atrocidades, as maiores patifarias, as maiores barbaridades. Vasco da Gama, por exemplo, aos indígenas que se opunham á cristianização, cortava-lhes as mãos. A outros, simplesmente cortava-lhes a vida.
Não me venham dizer que naquele tempo isso era natural e que a vida de um moçambicano, indiano, angolano, timorenre ou um cidadão da Guiné, Cabo Verde e São Tomé não valia nada, porque aquela gente era selvagem. Eu não vou por aí. Ontem, hoje e amanhã, uma vida é uma vida, seja em que latitude for e tenha pele a cor que tiver. O Camões não falou toda a verdade, disse a sua verdade, quando escreveu os “Lusíadas”. A sua obra não passa de uma exaltação patriótica de fazer inveja a Salazar. O mesmo fez Pessoa, na sua “Mensagem”. Na minha opinião, Camões e Pessoa não foram os maiores poetas portugueses. Longe disso. Felizmente outras letras se levantaram.
Claro que era mais fácil roubar do que trabalhar para obter riqueza. Porque levar o “mundo a outros mundos” é pura ficção, é romance, é patriotismo bacoco. Mas vamos aos Albuquerques, tentando não me perder em muitos mais pormenores (pormaiores quanto a mim).
No que diz respeito aos 500 anos da conquista de Goa, será que se comemorou aquilo que não foi mais que uma invasão, uma conquista, em que pereceram milhares de goeses em defesa daquilo que era deles? Sabemos, e não é preciso ir à Net, que o futuro Vice-Rei da Índia era um homem mau, não olhava a meios para atingir os dantescos fins da realeza portuguesa: saquear, roubar, assassinando quem lhes aparecia pela frente. Era disto que o professor na TV estava a falar com todo o ar de satisfação? Era isto que pretendia que se comemorasse? Não nos devemos esquecer que a História de Portugal foi escrita por portugueses, com uma visão do lado dos vencedores. Será que a História da Índia é igual á portuguesa. O tanas é o que é.
Quanto ao Mousinho de Albuquerque, ser um herói, isso só pode ocorrer na cabeça de alguns saudosistas de uma passado, que nem lembrar é bom. Esta história remete-me para os meus 16/17 anos quando vi no falecido Cine-Teatro S. Martinho o filme “Chaimite”. Saí do cinema cantando e rindo o hino nacional e, imaginariamente, empunhando a bandeira de um patriotismo podre, que Salazar tanto propagandeava nos verdes anos 60, enquanto decorria a matança de pretos e brancos numa fracticida e injusta guerra colonial. Mousinho de Albuquerque, capturou Gungunhana, já numa fase em que o “Leão de Gaza” estava sozinho, derrotado, sem meios para defender o que era dele. Estava só, porque o seu exército lhe virou as costas quando lhe cheirou a esturro português. Mais, o tal senhor da TV regional, disse que Mousinho de Albuquerque, era um exemplo a seguir nos nossos dias.
Meu Deus, ainda há disto? Ainda há quem pense e fale assim? Estamos de facto perante um cidadão pouco recomendável. Estamos perante uma pessoa que, este sim, não serve de exemplo a ninguém. Se um dia chegasse ao poder só um pedacito desta gente: “Ai Portugal, Portugal/ de que é que estás á espera/ Tens um pé numa galera/e outro no fundo do mar”
Há quem sustente que nos nossos dias, Mousinho de Albuquerque, era julgado e condenado por crimes contra a humanidade. Mas eu tenho as minhas dúvidas, na medida em que, nem a Bush, nem aos seus seguidores (Durão, Aznar e Blair), lhes ensinaram o caminho para o Tribunal Penal de Haia, para responderem pelos seus crimes, aquando da invasão do Iraque.
A história da prisão de Gungunhana e a “conquista de Goa, fazem lembrar precisamente a guerra que se instalou no “berço da humanidade”. É que os Estados Unidos e seus lacaios aliados, invadiram a terra do ditador Saddam, porque sabiam que este não tinha, nunca teve, forças para suster os criminosos invasores. Aos actos destes “Albuquerques”, eu chamo cobardia e não heroicidade. À opinião destes senhores da, e na comunicação social, eu lamento dizer-lhes: vão pregar para outra freguesia. Porque de papagaios, eu só gosto daqueles às cores…

O TAL CANAL...

A RTP é o tal canal que recebe do Estado, ou seja dos bolsos dos contribuintes, muitos milhões de euros, todos os anos. É o tal canal das dez touradas, zero óperas, zero bailados, uma sessão de teatro por ano (no dia Mundial do Teatro), muitos concertos musicais no programa “Palcos” às duas da manhã, muitas sessões cinematográficas repetidas até à exaustão e alguns critérios difíceis de entender. Nos últimos tempos, eu não consegui ver os concertos de, por exemplo: Carlos do Carmo a cantar Frank Sinatra; o mesmo cantor com Bernardo Sasseti; Diana Krall; Plácido Domingo, etc, etc, que foram para o ar às tantas da madrugada, mas tive a oportunidade de assistir ao fim da tarde de um domingo destes, ao grande concerto do Tony Carreira, no pavilhão Atlântico. Delirei com tanta felicidade. Não cabia em mim de tão contente.


Poder-se-á dizer que as coisas da cultura é com o canal 2 da mesma RTP. Só que não é verdade, porque este canal já é conhecido como o canal das séries. Este, está tão vergado ao peso das séries americanas, que às vezes até conseguimos acompanhar a série “24”, quarenta e oito horas seguidas de violência gratuita. De facto, nenhum destes canais coloca no ar um serviço público que era suposto praticarem. E recebem dinheiro para isso.


Até no desporto a RTP está moribunda. Deixaram cair as corridas da Fórmula 1, deixaram fugir a Volta a França, não sei o que se passa com as eventuais transmissões do basquetebol português. Para acompanhar a Volta a Portugal em bicicleta, temos que levar com doses industriais de pimbalhices. Para não falar do futebol, que desapareceu pura e simplesmente. Entretanto vamos enchendo a barriga com mais do mesmo, durante anos e anos. Concursos e mais concursos, hoje amanhã e sempre. O “Preço Certo” é como as pilham que duram, duram, duram…
Já não há pachorra.


Então para onde vão os quase trinta e cinco milhões de contos provenientes dos impostos de quem trabalha? Vão para os seus funcionários, denominados pomposamente de pivots, que auferem mensalmente o dobro do nosso primeiro ministro e para patrocinar a “montaria ao javali” da casa do pessoal da RTP.