sábado, 8 de janeiro de 2011

A "PERSOLNALIDADE DO ANO" segundo o jornal "Verdadeiro Olhar" - Capítulo 2

Sr. Director do jornal “Verdadeiro Olhar”

 
 Quanto à atribuição do prémio “A Personalidade do Ano”, já é a segunda vez. Olhe que duas seguidas não é para qualquer um. Por isso, a si e à sua equipa de jornalistas, eu digo apenas: deve ser um grande, grande amor, uma paixão cega, ou então algo a roçar a epifania por uma pessoa que para além de usar belas gravatas, quando sair da presidência vai deixar um lastro de vacuidade, de ficção, de “parecia que ia ser mas não foi”.

Alberto Santos, agora próximo do fim da sua reinação em Penafiel, praticou o culto da personalidade, em que a imagem prevaleceu acima de todas as coisas. Alberto Santos, para além de ser um bom alfaiate, porque sabe muito bem as linhas com que se cose o tecido da política, foi um gestor de ilusões, um vendedor de sonhos, e um predador de memórias. Já dizia Miguel Veiga, um histórico do PSD: “um homem que não tem memória, morre de frio”. Por isso, Alberto Santos que se cuide. Porque andar com os pés frios, não é lá muito confortável. Se andasse a pé até os aquecia, mas como só se desloca de carro, para onde quer que vá… ao contrário, por exemplo, de Justino do Fundo, que diariamente à noite ia aquecer os pés, percorrendo de lés a lés a sua cidade para saber um pouco mais do espaço que ele bem orientava.

Já no ano passado vocês o elegeram, dele pouco ou nada sabendo. Ou o que sabiam, não se afigurava como relevante para que fosse o nosso presidente de Câmara o escolhido. Vocês não sabiam, nem hoje sabem, o que se passa em Penafiel.

É evidente que não é para levar a sério essa eleição. Acho que não é sério. Não tem substância. Trata-se apenas da opinião da sua redacção.
Eu sei que vocês, já estão a rezar: “O Beça Moreira é do contra, este gajo só sabe dizer mal, só sabe criticar, para ele nada está bem, anda sempre com a língua bem afiada no sentido da crítica destrutiva”. Enfim o blá, blá blá do costume. A este propósito, deixe-me Sr. Director, recuar alguns dias.

No dia 30 de Dezembro último, o Manuel António Pina recordou no JN, uma entrevista em que o futebolista Matateu disse a Baptista Bastos: “Digamos tudo o que quisermos, excepto dizer mal”.
Já foi há muitos anos. Sou do tempo de Baptista Bastos, mas não do tempo de Matateu o célebre jogador do Belenenses, mas acredito que assim foi. E foi no tempo desse “grande senhor” de nome Salazar.

O escritor José Cardoso Pires também me ensinou que, apenas devemos falar do que está mal, na tentativa de sensibilizar os poderes para que as coisas mudem para melhor. E eu vou por aí. Falarei sempre do que está mal em Penafiel. Costumo dizer que o que está bem, toda a gente vê. Mas o que está mal, só não vê, aqueles cidadãos que não são livres. Não têm opinião própria e pensam pela cabeça dos outros, que o mesmo é dizer, pela cabeça do seu chefe político.

Não pertenço a esse grupo. Uso a democracia e a liberdade para exercer um direito de cidadania que tenho, para dizer o que penso da minha terra e do meu país.

 Continua...

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