terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A "PERSONALIDADE DO ANO" segundo o jornal "Verdadeiro Olhar" - Capítulo 7

Senhor director do jornal "Verdadeiro Olhar"

Quanto ao cancelamento de alguns eventos, foi preciso o país entrar em crise para Alberto Santos começar a perceber e a reconhecer os forrobodós em que durante anos esta autarquia andou metida. Se calhar são positivos estes cortes orçamentais ditados pelo governo. Os autarcas começam a saber fazer melhor as contas.
Estou de acordo pelos cortes na atribuição de dinheiros para o futebol. O FC de Penafiel, tem de viver à sua custa. Se não tiver potencial financeiro para estar numa liga que esteja noutra. O futebol não é uma mais valia para qualquer terra. O futebol é um espectáculo caro, por que os seus actores são pagos principescamente, tendo em conta as dificuldades que apor aí andam.

Não estou de acordo que acabem com os concertos da Orquestra do Norte na igreja da Misericórdia. A música é fundamental para as pessoas, é mesmo uma alavanca de desenvolvimento do elemento humano. Podem de facto estes concertos serem um tanto eruditos, mas nem só de Tony Carreira vivem os penafidelenses.

Gostaria que acabassem as Escritarias em Penafiel, pelo que eu já disse atrás. Aos penafidelenses não diz nada andar a gastar dinheiro com figuras nacionais, quando este executivo nem sequer se lembrou de reunir os poetas de Penafiel e publicar uma colectânea em livro. Por acaso, Alberto Santos sabe quem é o autor penafidelense das “Palavras Mansas”. Por acaso o nosso presidente sabe quem escreveu um dos poemas mais lindos da literatura penafidelense, que se chama “As minha tês Amantes”. Não saberá, porque anda preocupado com os Urbanos, com os Saramagos ou com as Agustinas. Porque estes são de estaleca e trazem uma frases para espalhar por quelhos e esquinas da cidade.

Estive de acordo com a suspensão do foguetório na passagem do ano. Era dinheiro atirado ao ar. Não estive de acordo com a não iluminação da cidade por alturas do Natal. Esta quadra natalícia precisa dessa luminosidade.

Estou de acordo que terminem essas iniciativas ligadas à gastronomia, como por exemplo a Rota da Lampreia e outras jantaradas que ao logo destes dez anos encheram a barriga de amigos e confrades. Espero que estejam incluídas as excursões dos avós a Fátima. Para homenagear os nossos avós não é preciso tanta festa. Está na hora de acabarem com o jantar de natal para os funcionários da Câmara. O jantar e a confraternização até podem continuar, mas que cada funcionário pague do seu bolso. É mais democrático e justo.

Não sei o que passa com o Prémio de Poesia Daniel Faria, mas parece que já foi. Também não faz mal nenhum. Era uma aberração, que para além de ter o nome de um poeta de Paredes, só servia para gastar dinheiro e entregar prémios a poetas consagrados, quando o objectivo era incentivar a escrita e o aparecimento de novos autores, concretamente penafidelenses. José Luís Peixoto foi um deles que veio aqui sacar a edição de um livro.

A cultura em Penafiel, anda ao contrário, começou por cima, com “Entre Pedras, Palavras”, em que se abriram as portas de par em par aos consagrados, ignorando ostensivamente os da casa. Gente fina é outra coisa. Não vou por aí. Para se construir uma casa temos de começar pelos alicerces.

Continua...

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