terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
NOTAS PENAFIDELENSES...
A primeira nota é sobre mobilidade e acessibilidade em Penafiel. Nesta matéria acho que se anda a falar muito e a concretizar pouco. Que o diga o Sr. Joaquim de idade avançada, que foi parar ao hospital, por obra e graça desgraçada, da falta de acessibilidade mesmo aos pés do edifício da Câmara Municipal, não sem antes ter deixado no chão as marcas a vermelho resultantes do tombo que deu.
Julgo que a mobilidade está por fazer. O que se tem feito é livros, conferências, reuniões, balanços, entrevistas, reportagens e sofás na praça pública, ou seja a festa do costume. Entretanto as bandeiras de prata, de ouro, continuam a acariciar o rosto do Egas Moniz. Um dia destes vamos ser contemplados com uma bandeira de platina, por estarmos na vanguarda, por sermos pioneiros, por estarmos em primeiro em tudo e mais alguma coisa.
A segunda nota vai para os cortes financeiros que a autarquia vai fazer. Estou de acordo com os cortes no futebol. Estou admirado o senhor presidente Alberto Santos ir por aí, uma vez que considera o FC de Penafiel, como o nosso maior embaixador. Na minha opinião o clube penafidelense tem de viver à sua custa e não com dinheiros públicos. Cinco mil contos por mês é uma fortuna.
Porém, já não estou de acordo que se acabe com os concertos da Orquestra do Norte, porque a música é uma das maiores alavancas de desenvolvimento intelectual dos povos. Estou de acordo com o fim da Rota da Lampreia. E aplaudiria o fim da “Escritaria”, que não passa de um gasto supérfluo. Isto de homenagear homenageados e consagrados escritores, não é para municípios pequenos carentes das coisas mais básicas.
Não sei o que aconteceu ao Prémio de Poesia Daniel Faria. Também não faria mal nenhum se acabasse de uma vez. Não cumpriu os objectivos a que se propunha. Estes dinheiros que se poupariam já dariam para, por exemplo, mandar restaurar dezenas de livros da Biblioteca, que não foram, ou não vão para restauro, por falta de verba.
A terceira nota vai para a empresa municipal “Penafiel Verde”. A sua excelentíssima administração, vai aumentar a receita referente ao consumo de água, subindo as várias taxas que as facturas contêm. Com os cortes salariais, com o congelamento de pensões e reformas, com a subida do IVA, que o novo Orçamento de Estado impõe, sabe-se que muita gente já está a passar pior a partir do mês de Janeiro. E essa muita gente é consumidora de água. Parece-me que a “Penafiel Verde” não vê isso. Parece-me que esta empresa municipal que gere a água e o saneamento necessita de dinheiro, é para patrocinar o futebol profissional da terra. Já agora, Sr. Presidente Mário Magalhães, diga à gente quanto custa essa publicidade nas camisolas do FCP. Dinheiro dos consumidores penafidelenses que não foram tidos nem achados sobre semelhante “investimento”.
A quarta nota vai para a degradação urbanística que está a minar a cidade de Penafiel. Há muitos prédios em vias de ruir. Se a Câmara não virar a bússola para essa feiosidade e calamidade, não há planos estratégicos que resistam. Todo e qualquer projecto urbanístico que se queira implementar, é o mesmo que começar a construir casas pelo telhado. Que nos interessa termos um belo e novo Museu, um Infacts também novo, se a cidade de Penafiel está a cair aos bocados?
A quinta e última nota é sobre a petição popular que vai circular em Penafiel, a propósito da IC 35. Eu não assino essa petição, embora reconheça que a Câmara Municipal tem razão. Do que duvido é da postura do Sr. presidente da câmara. Se o governo central fosse da cor do executivo camarário, se calhar não haveria petição nenhuma. Se calhar Alberto Santos esperava para ver…
Texto publicado na última edição do jornal "Imediato"
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