RASGÃO URBANO PENAFIDELENSE
Gostaria
de enviar uma mensagem à diáspora penafidelense, concretamente àquela que já
não vem à sua terra natal há algum tempo e não sabe o que está a acontecer ao
local onde viu o sol pela primeira vez. Penafiel está a ser assolado por uma
onda destruição que jamais pensei que viesse a acontecer. Não sou arquitecto
paisagista. Não sou arquitecto de coisa nenhuma. Arrumo as ideias e arquitecto
as minhas opiniões consoante a minha sensiblidade que se manifesta sempre que
se rasga uma ou outra página da história da minha terra. E já se rasgaram
muitas. A pretexto de uma maior mobilidade, desabou sobre Penafiel, não uma
necessária e justa regeneração, mas uma degeneração urbana que leva tudo à
frente dela. Se destrói passeios e
jardins, ruas, largos e avenidas, também constrói
quiosques, rotundas e pontes que só o mais cego político partidário
aplaude. Querem transformar uma cidade antiga
numa coisa moderna. Ponham os olhos na foto que acompanha este texto e vejam o
grau de confusão que vai por algumas
cabeças que mandam na minha terra. A pretexto de tornar Penafiel uma cidade
mais inclusiva, construiu-se um
passadiço no centro da cidade, que é o maior atentado à paisagem que alguém
pode imaginar. Isto quando havia várias alternativas para tornar a vida mais
fácil às pessoas com dificuldade em se movimentar. Penafiel está a sofrer na
pele as agruras de uma festiva, pomposa e cara (10 milhões) regeneração, que se
tornou no maior disparate urbanístico, desde que se tornou cidade, isto é, desde os tempos do Marquês de Pombal.
Texto publicado hoje no JN
Aqui na íntegra
Não custa nada estar de acordo com este artigo de opinião
ResponderEliminar