segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

VOU ESCREVER UM ROMANCE...


Um dia destes vou escrever um romance. Agora toda a gente escreve livros. Como tal, chegou a minha vez de dar o corpo ao manifesto. É tudo verdadeiro. Pode no entanto haver algumas deduções por minha parte, que irão redundar em puras ficções, pois não sei como certas situações aconteceram. 
O que eu aqui vou relatar pode ser um tanto confuso. Não será. Se lerem dez vezes, vão ver que percebem toda a trama do meu primeiro romance que vai sair numa destas Páscoas próximas. Então é assim:
Eu tinha uma avó que se chamava Maria Rosa, que em 1907 casou com o meu avô Luís Moreira  e viviam numa destas casas da Rua do Carmo que a foto mostra.  Em 1923, o meu avô com 39 anos foi assassinado à facada pelo dono de uma tasca na Rua de São Bartolomeu, perto do Sameiro. Tasca que ainda hoje existe e faz esquina com a Rua Zeferino de Oliveira. 
Segundo jornais da época, houve julgamento e condenação. O assassino foi condenado a pagar 5 tostões por dia durante dois anos e ficou na prisão durante um determinado tempo. A sentença foi mal recebida pela população. As pessoas que encheram o tribunal queriam que o tasqueiro tivesse um pena mais pesada, pois parece que o meu avô era uma pessoas de bom trato, pelo menos o jornal dizia assim. Fez este mês 90 anos que isto aconteceu. O que eu acho é que antigamente as pessoas não tinham onde passar o tempo depois de um dia de trabalho e andavam sempre metidas nas tascas a beber uns copos. E se calhar no meio de uma conversa mais azeda, as coisas precipitaram-se e zás. A certidão de óbito diz que Luís Moreira faleceu vítima de hemorragia fulminante. A minha avó que era doméstica ficou viúva com cinco filhos pequenos. Devia ter sido difícil os tempos que se seguiram. Nunca mais casou. Esta minha avó paterna não foi suficientemente esperta para arranjar outro homem para pelo menos ajudar na despesa de casa com aquela filharada toda. Já a minha avó materna Leopoldina, que também ficou sem o marido bastante cedo, passados cinco anos da morte dele, casou outra vez e foi a sorte de todos que teve quem ajudasse no sustento de casa. Esta minha avó também tinha cinco ou seis filhos.  
Voltando ao princípio desta história, vamos ser surpreendidos com um caso de amor, entre aquela senhora que veio a ser a minha avó Maria Rosa da Rua do Carmo e um sujeito que se chamava Vitorino que nasceu em Penafiel, mas cuja família veio da freguesia de Vale Forninho, concelho de  Figueira de Castelo Rodrigo, distrito da Guarda. Em 1904 tiveram uma filha que veio a ser minha tia, só pela parte da minha avó, ou seja, ela era irmã do meu pai só pela parte da sua mãe (a minha avó Rosa). Essa minha tia, Agostinha era costureira e vivia onde hoje está situada uma tasca chamada "O Canecão" na Rua Direita, casou com Domingos de Sousa que foi empregado no Café da Sociedade. (há uma foto antiga no face book do Café da Sociedade e vê-se uma pessoa vestida de branco encostada à porta.  Esse senhor era meu tio e pai do meu primo Zequinha da Farmácia). O tal Vitorino que fez uma filha à minha avó antes desta casar com o meu avô Luís Moreira, era de família directa de um sujeito que foi presidente da Câmara Municipal de Penafiel durante um ano (14/03/1979 - 10/01/1980), chamado Alexandre Herculano Aires Gomes. Creio que veio substituir o Dr. Mário Castro e Sousa, que venceu as primeiras eleições autárquicas em 1977.    
Este resumo para ficar completo, terei de acrescentar, que na certidão de nascimento da minha avó Rosa, vem descrito o casamento com Luís Moreira em 1907 e não vem assinalado que a minha avó tenha sido casada com o tal Vitorino. Está visto que a minha avó teve uma filha solteira. Não sei como isto aconteceu. Ela na altura tinha vinte anos. Se calhar aqui houve um amor assolapado entre ela e o Vitorino que, reparem ainda nisto, era tio de Alice Gomes ainda viva, e proprietária do Café Sociedade.  Claro que gostava de saber como isto aconteceu. 
Resumindo e concluindo: A minha avó quando casou com o meu avô, já tinha uma filha de três anos que se chamava Agostinha e era costureira e nunca se sabe se o motivo da morte do meu avô Luís Moreira à facada, não teria sido uma discussão em que veio à baila um eventual "mau comportamento" da minha avó por ter tido uma filha antes de casar. Isto são meras especulações da minha parte. O pior é que já cá não está cá ninguém que me esclareça este episódio trágico-romântico. A dona Alice Gomes do Café da Sociedade não sabe ou não se lembra nada disto. E o que sei, advém de pesquisas feitas a partir de certidões para construir a minha árvore genealógica.

Já agora devo dizer que no sábado ao fim de mais de um ano de pesquisas, fiquei a saber a filiação de uma trisavó com o sobre nome Rangel. De facto tenho um tetravô chamado José da Silva Rangel, um rico proprietário de Paredes. E assim vou sabendo quem sou...

1 comentário:

  1. Parabéns meu amigo pelo seu esforço e curiosidade, no fundo como diz e muito bem tentando saber suas origens.
    Em relação ao romance acho que faz muito e não precisa de preocupar-se muito, se for para falar sobre Penafiel, o SR: já tem vários escritos e publicados, também não ficava nada mal, ao SR. Presidente da câmara e sua comitiva agradecer-lhe com (bem haja)porque os seus romances são construtivos quer para PENAFIEL assim como para nós penafidelenses.



    Cumprimentos .



    j. oliveira.

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