Quando chego ao Domingo, procuro
uma azia para ter com quem passar o dia. Para isso leio os artigos de opinião de Rui Moreira. Só
que neste Domingo fiquei sem companhia. Não tive azia. O que é que eu havia de
fazer nesse Domingo à tarde? É que o seu último texto foi politicamente bonito.
Insurgiu-se contra o IVA na restauração. Que sim, que coloca em causa toda uma
estrutura económica, que lança no desemprego e no desespero milhares de cidadãos portugueses.
Mas ao falar assim Rui Moreira
não conseguiu ser antipático com o governo de Passos Coelho. Naturalmente por
ser da sua cor, evidentemente. Todo o que ali escreveu foi sem a azia que eu
procurava. Disse o que tinha a dizer de forma quase doce, quase como quem diz:
“Ó Passos, vê lá isso, olha que a malta anda toda a chiar, que qualquer dia não
tem onde almoçar e jantar, porque os restaurantes estão todos a fechar”.
A razão do texto de Rui
Moreira não me ter deixado com a minha
ansiada azia, foi ele não ter deitado as culpas da subida do IVA da
restauração para cima de Jorge Miranda e do Otelo, esses algozes da
constituição e da democracia, que o presidente da “Porto Vivo” respira vinte e
quatro horas por dia.
Texto publicado
no sábado no JN
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