Muito se tem falado de
impostos. Há impostos para todos os gostos. Mas ninguém gosta de os pagar. E
tem o seu quê de justo, porque muitas vezes os cidadãos pagam impostos duas e
três vezes, pela prestação do mesmo serviço. Eu não tenho esse problema. Eu sou
um previlegiado nesta matéria. Sou uma pessoa feliz neste imenso Portugal, que
tem um pé numa galera e outro no fundo do mar.
Estou feliz e contente porquê?
Depois de uma vida inteira de trabalho, basta dizer que aos sessenta anos de
idade, tinha cinquenta de trabalho, mereço uma réstea de felicidade nesta vida
que são dois dias e o primeiro já passou.
Eu não pago impostos. Não há político
nenhum que beneficie dos meus impostos. A mim ninguém me impõe nada. Não pago
IMI. Não pago IRS. Se for a uma consulta no hospital estou isento. Se for ao centro de saúde da minha aldeia,
pago zero. Se necessitar de fazer todo o tipo de exames médicos, não pago um
cêntimo. O governo não me cortou o subsídio de Natal. Passos Coelho não me
cortou o subsídio de férias. De que é que posso queixar, se não há machado que
me corte o que quer que seja? Nem a raíz ao pensamento...
Texto publicado hoje no JN
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