domingo, 20 de janeiro de 2013

O MEU PATO DE SOUSA...


Ontem foi sábado. Hoje é domingo e vou aqui contar-lhes o meu dia de ontem, desde que saí no meu "vintage", porque o dia não estava para andorias a pé. Saí da rua de Crasto e entrei na rua Pedro Guedes em direcção ao fontanário para encher uns garrafões de água, porque dizem que é boa. Porque o vento era forte o meu chapéu voou da minha cabeça para uns metros mais adiante. Nem reparei nos boeiros todos entupidos junto a este fontanário do Bairro do Bispo. Água por todo o lado, até para os pés. Aqui se vê se temos ou não temos Junta de Freguesia. Depois fui estrada acima, para a cidade e parei o carro junto àquela coisa que estão a fazer onde era o antigo quiosque. Fui buscar o jornal. Tirei umas fotos ao belo Largo da Misericórdia e arranquei de novo. Virei à direita antes da câmara municipal e depois à esquerda para a Rua Faião Soares, dei uma apitadela ao meu amigo Afonso Leal, entrei na rua do Bom Retiro e parei junto à funerária em frente da padaria que ainda se chama "Atrás da Praça" e fui comprar pão. Sim, porque casa sem pão... Depois continuei e meti pela rua de Relógio do Sol abaixo até à Engenheiro Matos. Pretendia virar à direita, para ir ao intermarché, mas vi muito trânsito por causa daquele piso que estão a colocar junto ao antigo posto da guarda e ála que se faz tarde e pirei-me para a esquerda pela Engenheiro Matos para ir para a cidade. No Paiol, virei para o Campo da Feira, mas depois reparei que era dia de feira e o Beça teve que fazer inversão de marcha e voltar à Engenheiro Matos à procura da rotunda do Faria. Precisava de batatas, então pensei: já que estou aqui, vou ali que são mais baratas. Virei para a Rua da Saudade. Mas debalde, não havia lugar para estacionar. Entrei na primeira entrada da Vila Gualdina e fui dar de novo com a Engenheiro Matos e de novo a rotunda do Faria. E lá fui em direcção ao centro da cidade. Começou aí o teste à minha paciência. Mais de meia hora depois, estava eu passar em frente à câmara municipal. É um regalo circular pela cidade a um sábado à tarde. Ainda gostava de saber porque diminuíram as  saídas de trânsito na cidade. Eu bem queria sair daquele filme engarrafado. Mas não pude, porque os inteligentes desta terra não querem. E assim lá fui em direcção à rua Pedro Guedes. Meti gasolina, na estação que me apareceu pelo caminho, porque gastei toda as minhas reservas no pára e arranca da atrofiada cidade e cheguei ao intermarché. Passei pelo presidente da Adiscrep. Eu não o vi nem ele me viu. Acho muito bem as pessoas conhecerem-se logo à distância. Fiz as compras que necessitava. Eu queria  um tubo de cola e uma folha de papel. Trouxe perú, trouxe frango, trouxe batatas, cenouras e a folha de papel ficou lá porque não dei com ela. Aquele lugar também não era uma papelaria, ora que porra. E fui embora. Contornei a rotunda de Louredo, entrei na Pedro Guedes e quase fui abalroado por uma "bomba" muito vistosa  e apressada que me queria ultrapassar a todo o custo. Deu-me sinal de luzes, mas como era de dia não achei piada nenhuma a semelhante iluminação e encostei o meu "vintage" todo à esquerda, até porque uns metros mais acima eu ia virar à esquerda para a minha rua de Crasto. O gajo não teve mais, ultrapassou-me a todo gás pela direita deu-me duas gaitadelas e eu fiz-lhe  aquele sinal muito característico dos portugueses, afinal de contas nós temos dedos nas mãos e são para alguma coisa, não é? Cheguei a casa e não tinha o meu Pato de Sousa à minha espera como sempre fazia quando chegava. Não tenho o meu pato. Roubaram-mo há dias. Fiquei sem ele e ele ficou sem mim. Mas quem mo roubou havia de morrer engasgado, porque quem mo roubou foi para comer. Era uma pato de estimação que me doeu muito ficar sem ele. Andava sempre atrás de mim, ora a voar, ora a andar engraçadamente tipo pinguim. Era de facto uma maravilha e agora fiquei sem ela. Tinha a minha gata branca à minha espera e ela perguntou-me se trazia comida para ela. Sentei-me ao computador para escrever um texto para o "Notícias", mas não saiu nada de jeito. Queria falar da nova arquitectura, mas a minha disposição não estava para aí virada... 

18 comentários:

  1. Parabéns Fernando. Excelente texto. Vê-se tudo. Vê-se tudo não, por há sempre os cegos que não querem ver. Penafiel vai de mal a pior.

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  2. «Depois fui estrada acima, para a cidade», «pirei-me para a esquerda pela Engenheiro Matos para ir para a cidade»...
    Mas afinal a cidade é apenas a Avenida principal??? A rua Engenheiro Matos e o fontanário do bairro do Bispo ficam, afinal, em que aldeia??? Enfim ridículo...
    Se passou pela feira, reparou que com o temporal que se fez sentir, o mesmo que levou o chapéu, os feirantes eram meia dúzia e os compradores também não eram muitos, logo não era impeditivo de passar...

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  3. Nem passei pela feira, nem pela rua da sua inteligência, para chegar ao centro da cidade. Porque a rua da sua inteligência fica ainda menos acessível. Um problema para Paula Teles resolver. Fale com ela que ela desencadeia uma regeneração urbana que a sua rua até muda de nome deixa de ser rua da inteligência para passar a ser um beco sem saída...

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  4. Se a rua da minha inteligência está pouco acessível, fique sabendo que a sua já está cortada ao transito há muito tempo...se calhar o seu desejo é que é uma regeneração na rua da sua inteligência, visto estar sempre a falar do mesmo...
    Se calhar foi nessa mesma rua, a da sua inteligência que passou pelo presidente da Adiscrep, mas nem o senhor o viu nem ele o viu, então como sabe que passou por ele??
    Enfim...Ah e regenere a sua rua, está a precisar urgentemente!!

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  5. Há pessoas que não percebem nadinha de literatura. Porra! A minha rua é a de Crasto e não está cortada à inteligência. Pode lá ir à vontade que não tem de mostrar passaporte cultural. Digo-lhe, a minha rua é a única da freguesia (só Penafiel) que é paralela ao eixo norte e sul. Não há rua como a minha...
    Será que preciso de explicar como é que não vi o Presidente da Adiscrep e nem ele me viu a mim? O Presidente da Adiscrep nunca me fez qualquer mal, nem eu a ele, mas quando passo por ele nunca o vejo. Porque será?

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  6. Hó Fernando, não perca tempo é areia de mais para algumas camionetes.
    Continue. Se incomóda é bom sinal.

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  7. Se bem repararam no meu primeiro comentário, eu nem sequer me referi a regenerações, nem a ruas, nem a areias, camionetas ou outro tipo de transporte...
    Apenas apontei um erro que encontrei no texto, que diga-se por sinal, a mim não me incomoda, pois sinceramente a vida do senhor Fernando a mim passa-me ao lado... quero la bem saber se vai ao pão, ao peixe, se vira aqui, se vira ali, se estando na rua Engenheiro Matos vira para ir para a cidade (ainda não me respondeu em que aldeia esta rua fica!!!???)
    Disse, também, que a feira não estava como de costume e que podia passar por la..era uma ajuda para não gastar gasolina... Mas enfim..começam logo a falar sobre inteligências, beças..perdão becos sem saída...

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  8. Como é que eu sabia que se podia passar pela Campo da Feira, se era dia de feira. Eu logo que vi as barracas dei meia volta. Depois meu caro anónimo se o que eu digo não lhe interessa porque é que aqui vem. Não venha cá. Se vier venha por bem. Mas atenção pode dizer mal do que quiser...

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  9. Já é tarde mas ainda vale a pena. Este é um dos grandes textos publicados no blogue.É já literatura de qualidade. As pergunta do anónimo refeletem ingenuidade literária e uma leitura realista própria de 4º ano de escolaridade. Tem que ler Eça, Camilo, Saramago, para aprender a ironia. Pina por exemplo para perceber a fantasia. Grande texto Fenando, Grande texto.

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  10. Então caro Anónimo, visto que deve ser muito instruído em termos literários e escolares, com certeza que já estudou Geografia (digo eu), deve ser a pessoa ideal para responder à pergunta que eu fiz no primeiro comentário e que depois de tanta tagarelice ainda ninguém se deu ao trabalho de me responder e que eu vou repetir, ou melhor reformular, visto que os senhores sábios não perceberam ou não viram.. (olha ironia...afinal ainda percebo disto!!!) Então é assim: o senhor Fernando disse que chegou à rua engenheiro Matos e virou para a esquerda para ir para a cidade! A única coisa que perguntei foi a que aldeia pertencia esta rua!!
    Sera que já perceberam esta simples pergunta e me poderiam responder senhores doutores? So se a resposta estiver algures nos livros do Camilo ou do Saramago ou ate do Pina quem sabe!!!

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  11. És primário. É evidente que para mita gente de Penafiel, da rua do carmo de senradelas et. etc. diziam que iam à cidade porque embora morando na cidade, para eles a cidade eram as casas que ficavam de um lado e do outro da artéria principal e numa zona muito curta. Entre o magistério e a garagem central mais ou menos. Percebes agora porque és primário. E não venhas falar em doutores. Tenho o antigo 7º ano e li todos os clássicos portugueses e estrangeiros, ao contrário dos doutores de agora que não lêm nada.

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  12. Não faz mal eu ser primário. Agora se eu sou primário por não explicar que, quando virei à esquerda na rua Engenheiro Matos à procura da cidade, quando devia dizer que virei à esquerda à procura do centro da cidade, você é um anónimo coisa que eu tinha vergonha de o ser. Você tem o sétimo ano, pois não parece. Parece ser mais um doutor, daqueles em que é preciso explicar tudo para perceberem. A sua questão, a sua preocupação não faz sentido. Não tem substância. Que interessa dizer que vou à cidade quando eu moro a 500 metros do centro. Estamos todos numa aldeia global, agora mais alargada a Novelas, Santiago, Milhundos, Marecos e Santa Marta. Percebeu seu primário?

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  13. Hó caro Beça eu estava a chamar primário ao anónimo que lhe fez a pergunta. Porque ele não entendia o seu brilhante texto. Aliás estava na sequência do comentário dele. E penso que expliquei bem.

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  14. E pronto...finalmente responderam e clarificaram o erro que cometeram!! Ja evoluíram...quer dizer, se calhar nem tanto, uma vez que já se iniciaram no caminho dos insultos, quando só foi colocada uma questão!
    A vossa sede por discussões é tanta que ate já o fazem entre vocês...zangaram-se os compadres...
    E pelos vistos não sou o único anónimo senhor Fernando...por aqui pairam outros tantos que o apoiam e que afinal o senhor também tem vergonha de ser como eles!
    Ja agora caro anónimo, a educação aprende-se antes, muito antes do 7º ano e por isso não me comece já a tratar por tu, que fica mal...pelo menos na minha opinião...mas se calhar os primários são os que pensam assim, mas enfim palavras para que?

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  15. Primário não é um insulto. É uma constatação. Olha para as coisas, neste caso frases, e lê-as de forma pobre, numa dimensão primária, não as lê nas suas multiplas dimensões (denotativa, conotativa,semântica etc.) e é isto que torna os textos belos. Por isso fui o anónimo que disse, que este texto é um bom texto. De resto primários somos todos, ignorantes somos todos. Uns numas coisas outros noutras. Eu por exemplo não sou bom em nada se me demonstrarem que sou primário ou ignorante numa matéria eu agradeço, porque se quiser posso melhorar ou não. Por muito que lhe custe na interpretação de texto o caro comentarista, tem que ler umas melhorar muito porque a sua interpretação das letras é confrangedora. Hó Fernando isto não é para si é para o anónimo anterior.

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  16. O erro que cometeram!!!!!!!!!
    Qual erro??????????????
    Insultos????????????????

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  17. Pronto caro Fernando, não foi erro, foi uma imprecisão em relação a uma localização de uma rua...mais satisfeito???
    Ora bem dizer que tinha vergonha de ser como eu, é chamar-me vergonhoso..se isso não é um insulto deve ser qualquer coisa para elevar a moral..deve ser!! Ao chamar-me primário, você e o anónimo chamaram-me mas com outra intenção, pois há coisas que ficam pela insinuação e que não parece que tenha o 7º ano..
    Caro anónimo pelas suas palavras acho que o texto realmente deve ser motivo para um prémio Nobel...descrever a ida as compras...acho que muito pouca gente o conseguiria fazer!!
    Acho que me vou ficar por aqui..nem vale a pena continuar e para a próxima nem refiro imprecisões, Deus me livre, por uma coisinha de nada começam a falar sobre tudo e mais alguma coisa em vez de educadamente dizer que realmente era uma pequena imprecisão...
    Se calhar da próxima vez tenho de dizer mal da edilidade camarária, pode ser que dessa maneira já não seja primário e seja alguém muito culto em termos literários...se calhar..

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  18. O problema é que não era um imprecisão. Está muito bem escrito. Continua a não perceber e é isto que o torna primária.

    The end

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