Esta quarta feira está a fugir-me por entre os dedos. Já nem as mãos no seu máximo, conseguem retardar o nascer de outro dia. Seja lá o que ele for. Sinto-me sitiado, nocturno quase dormente. Não posso evitar o relógio, barómetro das minhas solidões, que me persegue até ao limite d e um quarto de quatro paredes.
As horas vão altas, qual campanário e eu sem transporte para me evadir. Nem um atalho vislumbro à minha volta. A lua pela sua ausência, não deixa clarificar caminhos, becos, saídas para desertos, descampados de cigarras.
As madrugadas, essas molham-me com seus orvalhos, todas as minhas teorias que trago agarradas a papeis manchados de tinta permanente. Permaneço ritual, mais ou menos mal, com a noite cuja equação não tem resolução possível. Fico acometido de impotência cerebral. Fico registado nos anais da noite, como alguém que não quer que o sol apareça. Porque só no escuro, eu consigo visualizar alguns retratos rasgados a preto e branco. Pudesse eu conferir gomos de poesia e seria um jornal acusador, cúmplice de um buraco de dez assoalhadas. Seria muito espaço, mas o suficiente para me preparar para um novo dia...
Sem comentários:
Enviar um comentário