quinta-feira, 14 de julho de 2011

MÚSICA DE MEMÓRIA...


Sempre gostei de molhar as palavras em águas furtadas, mesmo sabendo da minha tendência para descer mundos e fundos. Por isso me desnudo todo sem perder de vista os ossos de uma carne com que me visto sempre que tenho fomes de olhares. E não há nada que me impeça de levar por diante todas as infecções a que estou sujeito e ser condenado por um tribunal completamente nu, a um retrato caduco e mal cheiroso.
Não tenho grandes verdades nem pequenas ficções. Fico-me nesta paragem cíclica de reconhecer quotidianos à porta de um quinta, onde se pode ler mentiras feitas à mão.
Não tenho chaves para abrir riscos e gatafunhos. Tenho apenas e só um folha fria e desbotada a rir-se de mim de tantas pautas por escrever, por compor ou descompor.
Chego a pensar que depois de ler tanto santuário de preços, posso comprar meio mundo de tinteiros e outro meio de penas para letrar átrios de papel, com mãos de música tocada de memória...

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