domingo, 13 de novembro de 2011

O 25 de Abril...



Vasco Lourenço e Mário Tomé vieram a público manifestarem-se contra Otelo Saraiva de Carvalho, por este ter dito que era necessário fazer um novo 25 de Abril.
Não era preciso estar de acordo com Otelo, mas acho que foram longe demais nas suas considerações. Chamaram-lhe fascista e outros epítetos que não assentam bem em quem os proferiu. O ministro da defesa chamou-lhe reaccionário, enfim. É evidente que o regime não está em causa. Vivemos em liberdade, mas tenho sérias dúvidas se estamos numa verdadeira democracia. A democracia não é isto que estamos a viver desde há trinta anos. O 25 de Abril não apontou para situações tão assimétricas como as que estamos a viver, que quem manda neste país é a finança, com o apoio dos sucessivos governos que tem colocado o povo a pedir. Claro que o país se desenvolveu desde a revolução de 1974. Está à vista de olhos. Só que desenvolveu-se a duas ou três velocidades, com os políticos a fazerem carreira na política e a tratar das suas vidinhas. Isso é indesmentível. 
O 25 de Abril não estava para aí virado. O 25 de Abril foi feito para melhorar a situação das pessoas, de todas as pessoas, não só de algumas. Só para dar um exemplo: como é possível haver reformas de milhares de euros para quem apenas trabalhou meia dúzia de anos e uns míseros euros para quem passou cinquenta ou mais anos a vergar a mola? Isto é democracia? Não, não é.
E depois senhores "capitães de Abril", Mário Tomé e Vasco Lourenço e Otelo também, vocês antes do 25 de Abril , estiveram na guerra colonial a ganhar dinheiro e a combater os movimentos de libertação africanos. Vocês combateram a liberdade. Lindo currículo! 
Meus amigos, quem fez a revolução, não foram vocês. Tirem o cavalinho da chuva. Não se armem em heróis, porque o grande protagonista do 25 de Abril, o grande "culpado" da mudança de regime,  foi o "botas", foi o Tio Tónio de Santa Comba que deixou Portugal a cair de podre. O regime ruiu sozinho. Vocês apenas espampanaram a situação. Fizeram o teatro que se viu.
Tem razão José Mário Branco quando  diz que Abril "foi um sonho lindo que acabou, que houve aqui alguém que se enganou"...



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