Começo logo por dizer que este acordo é uma palhaçada. Para mim este acordo ortográfico é uma cedência ao Brasil. É a minha opinião.
Por acaso havia algum problema em escrever a palavra “actor” com um “cê”? Alguém tropeçava nele ao lê-lo? Alguém ao ler a palavra “directo” dizia direqueto? Que eu saiba não. Pronto, está bem, escreve-se mais depressa, sempre é menos uma letra.
Por acaso havia algum problema em escrever a palavra “óptimo” com um “pê”? Alguém tropeçava nele ao lê-lo. Alguém ao ler a palavra “optimização” dizia opetimização? Que eu saiba não. Já se sabe que é mais depressa, por ser menos uma letra. Mas ó meus amigos quem tem pressa que vá andando, que cá por mim continuarei a escrever como aprendi e já vão uns anitos. Eu não estou de acordo com este acordo ortográfico. Isto nem aquece nem arrefece.
Mas isto das pressas não se aplica a outras palavras, não sei porquê. Pela mesma razão algumas letras deviam ser eliminadas. Por exemplo, na palavra “herói”, a letra “agá” está lá a fazer o quê? E na história? E no heroísmo? E na Helena ou no Henrique? Nesta ordem de ideias, a minha prima Isabel não teve direito ao “agá” porquê? E o meu tio António, e o meu cunhado Ernesto? Acho que não houve democracia na atribuição dos “agás”. Ou há “agás” para todos, ou não há “agás” para ninguém. Por que é que a Holanda leva “agá” e a Alemanha não? Decerto não foi por causa do austríaco Hitler.
Por outro lado, e como se sabe ao nosso alfabeto (abecedário) acrescentaram as letras W, Y e K. Eu pergunto porquê e para quê? Estas letras servem-nos para alguma coisa? Ninguém vai escrever por exemplo: “quem kasa, quer kasa”. Temos o “cê” para isso. Na língua portuguesa, as letras K W e Y são necessárias? Parece-me que não. Às vezes ainda aparece um Waldemar ou uma Yolanda. Mas isso são puras excepções, não são regra geral.
Esta será uma abordagem um tanto simplista. Os especialistas, os filólogos ou linguístas saberão dizer mais alguma coisa sobre esta matéria. Mas para mim este acordo ortográfico não me diz nada. É mais fotográfico. Nem a palavra ortográfico tem “agá”. Será que é para não se confundir com as hortaliças?
Deixo aqui duas frases algo estranhas, mas que podiam ter esta grafia: Halguém me sabe dizer oje ou hamanhã se a Ungria fica mais perto das Onduras ou da Hespanha?
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