Não são precisas
estatísticas da OCDE para sabermos que milhões de jovens, não têm emprego. Em
cada família, há uma lareira que se extingue, porque todas têm desempregados a
dar com um pau, e com idades que vão dos 15 aos 30 anos, ou mais.
Descartando
desde já os mais velhos e indigentes, mas que são em muitos casos os que ainda
suportam e alimentam a unidade do lar, e a chama da esperança, com um
rendimento mínimo ou uma reforma parca, temos em cada domicílio, doutores de
várias ciências, inscritos nos Centros de Emprego, outros prescritos sem
trabalho, e outros já proscritos ou derrotados, a verem os anos a passar, sem
perspectivas optimistas de futuro e autonomia, que se agravam de ano para ano,
sem possibilidade de entrarem no mercado de trabalho em idade ideal, e que
quando atingirem os 30 anos ou mais, não entrarão por falta de experiência, nem
com currículo que satisfaça as exigências do mesmo mercado que agora lhes fecha
as portas ou os recusa.
Este círculo vicioso projecta consequências
catastróficas, pois é previsível que os actuais desempregados, jovens e
licenciados, se tornem inúteis ao atingirem a idade, em que já deviam estar a
caminho da realização pessoal, se ainda procuram saír da frustração em que se
encontram.
Portugal, com 36,1% de jovens desaproveitados, vai ter no futuro
próximo, uma taxa de gente em idade primordial sem competências, assustadora,
cujas consequências terão custos imprevisíveis para tudo e todos, sem contar
com os que entretanto se lhes juntam. Se os que têm trabalho no presente, andam
descontentes há muito, imaginem só o que vai nos corações dos lares, e de todos
quantos procuram saír deste mundo cão para entrar no mundo laboral. As estísticas
da OCDE, alertam-nos, mas não trazem novidade, ou coisa risonha.
Joaquim
A. Moura - Penafiel
publicado no JN de hoje (19/05/2012)
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