O JN trouxe ontem na sua primeira página, algo que revolta qualquer ser humano. Duas notícias que
se chocam se comparadas: Por um lado as nossas crianças são pobres entre as
ricas, por outro a selecção nacional de futebol estaciona mais de três milhões
de euros em Óbidos.
O relatório da Unicef revela
um cenário negro acerca da pobreza e das condições de vida das crianças
portuguesas nos países desenvolvidos. Em
35, Portugal só tem quatro países que estão piores, com 27 por cento das crianças
privadas das condições desejáveis para o seu normal desenvolvimento. É um
cenário louco.
E é louco, porque entretanto,
o luxo, a ostentação e a vaidade continua a ser a imagem de marca dos jogadores
de futebol, neste caso concreto as vedetas portuguesas que se estão a preparar
para uma futebolice que se avizinha.
Não gosto de jogadores de
futebol, por isso mesmo. Eles só vêem
dinheiro pela frente. Mudam do clube que
tanto amam, para outro que melhor lhes pagam com uma facilidade escorregadia.
Depois, para além de penteados apalhaçados e tatuagens estapafúrdias, gostam
acima de tudo exibir os seus gostos automobilísticos: 400 mil euros custa bomba
do CR; 310 mil o espadão do RC; 200 mil o bóilde de SV, e por aí fora. Isto é
um atentado à inteligência de um país
que volta e meia anda atrás da boa vontade e solidariedade dos portugueses para
“depositarem” um litro de leite, um quilo de arroz, ou uma garrafa de azeite,
no Banco Alimentar Contra a Fome.
Com Portugal praticamente em
insolvência, com tanta gente com sérios problemas para pagar as suas contas ao
fim do mês, com tanto cidadão deste futeboleiro país, que até perde a dignidade
porque não tem mais nada que perder, vêm estes “heróis” da bola, exibirem as suas
estravagâncias, convencidos que o mundo apenas gira à volta deles...
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