Meu caro Dr. Fernando
Malheiro, ilustre penafidelense, natural da freguesia de Novelas, concelho de
Penafiel. Quero falar-lhe umas coisas. Não repare no estilo com que o digo. Não
sou muito literário. Depois, comigo, o coração bem procura andar ao lado da
razão, mas à vezes chega-se um pouco à frente. Não sei se será este o caso. Mas
pronto, adiante.
Quero manifestar-lhe todo o
meu descontentamento, todo o meu repúdio, toda a minha revolta, pelo que vai
acontecendo em Penafiel, concretamente na cidade, no que diz respeito a obras
que têm uma nome bonito: “regeneração”, mas cujo resultado é um termo bem
desagradável: “degeneração”. E Penafiel está a degenerar. Está a definhar. Está
como se vê como se sabe e como se sente. Só não vê, não sabe e não sente, quem
de facto nada vê, nada sabe e nada sente. E se assim é, gente não é certamente.
Penafiel precisa de uma
verdadeira regeneração. Não esta que está a corroer a cidade, destruindo afectos
e construindo pilares de desilusões, que são autênticas dores de alma. Com a agravante de se gastarem milhões, criando
com isso grandes assimetrias em relação às freguesias que corporizam o nosso
concelho. Penafiel é um todo. Penafiel não é só a cidade como às vezes eu penso
que é. Mas não é. Penafiel é a soma de
todas as partes e não só de algumas.
Mas não foi apenas uma
“regeneração”urbana, que me fez saltar a rolha. Não, claro que não. Há toda uma
panóplia de acontecimentos pelas nossa bandas que me põe de cara à banda. Já
vimos, já lemos e não podemos ignorar o que se está a passar na nossa terra.
Ver e pensar. Pensar e ver, quer dizer não querer este poder, este fazer.
Por isso, está na hora de
cerrar fileiras. Está na hora de unir esforços e buscar reforços. Está na hora
de pôr travão a esta onda de leviandades que se abateu sobre a nossa cidade. É
tempo de acção, porque o tempo não dá descanso.
Dr. Fernando Malheiro é tempo
de o senhor arregaçar as mangas e dizer “alto e pára o baile, que a festa aqui
já terminou”. Este é o seu tempo. E ao ser este o seu tempo, os penafidelenses
podem ter esperanças de que os actuais tempos podem mudar. Penso ser o senhor a
pessoa (não quero dizer político) mais bem colocada para contemplar os
penafidelenses com uma mudança nos destinos desta terra, deste concelho.
Dr. Fernando Malheiro, creio
que Penafiel precisa de si, porque Penafiel precisa de recuperar a alma, a
essência, a virtude, perdidas nos mais longos 12 anos que esta cidade, este
concelho já viveu, ou está a viver. A
mudança pode ter de facto um rosto. Não o rosto de um político, mas o rosto de
uma política que devolva algumas páginas
à história de Penafiel.
Como disse atrás, é preciso
unir esforços. É preciso reunir uma alternativa em volta de uma candidatura
credível, verdadeira, diferente. Que ponha de lado a arte do bem vestir, do bem falar, do bem parecer. Penafiel
precisa de voltar... a ser. Penafiel precisa de muita gente em redor da sua
candidatura. É necessário fazer as contas. O actual presidente da câmara, nunca
teve a maioria dos eleitores do seu lado. É preciso pôr de lado alguns
complexos partidários. O senhor tem de ter a capacidade de unir toda a esquerda
penafidelense, para derrotar a direita, que tem derrotado Penafiel. Há que
fazer todas as coligações possíveis. Construir consensos, construir pontes que
liguem entre si, pessoas de várias sensibilidades, de várias culturas, de
vários saberes, para resultar num
turbilhão de votos, capaz de colocar a direita em Penafiel em lado nenhum.
Dr. Fernando Malheiro, não sei
se me estou a precipitar ao pretendê-lo candidato. Não estarei. Porque o senhor
não é apenas o meu candidato. O senhor é o candidato que Penafiel mais precisa.
No seu partido, poderá haver mais duas
ou três soluções para corporizar uma candidatura de corpo inteiro, mas quer-me
parecer que para suceder a um paçosousense, só um penafidelense que sabe com
quantas letras se escreve a palavra PENAFIEL...
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