sábado, 30 de junho de 2012

AZAR A DOBRAR...



Um azar nunca vem só. Os ucranianos depois de falharem, mal é verdade, o apuramento para a fase seguinte no Euro 2012, que se realiza no seu país, em parceria com outro mais ao lado, decidiram apoiar a selecção das quinas, por paixão, desilusão, raiva, pelo frango de churrasco, simpatia de facto, ou simplesmente por que ninguém mais precisasse do seu apoio. Apostados em encostarem-se à equipa que lhes parecia agora mais capaz de os vingar, os pobres "ucranigueses", não demoraram a sofrer novo revés. Em Opalenica e em Donetsk, à míngua de adeptos lusos, que por falta de euros suficientes não marcaram presença como fizeram até os gregos ou irlandeses, os "ucranigueses", vestidos a rigor de palhaço com as cores substitutas, correspondentes ao seu plano B das aderências, tal como os nossos adeptos de ecrâ gigante nas praças ou largos das vilas e cidades principais deste portugal, saíram duplamente eliminados após o desaire em Dunbass Arena contra os espanhóis, que mais uma vez nos apressaram o regresso com o rabo entre as pernas. Ao apostarem no cavalo errado, os ucranianos, terão agora de embrulharem todos os seus adereços nacionais, junto aos símbolos da selecção adoptada como sua, mas que prometem eternizar a passagem de tão despesista embaixada, gravando na pedra, o nome de portugal numa das suas artérias. Esta solidariedade entre desgraçados, acaba por nos despedaçar ainda mais, e obriga-nos a ter para com eles, enquanto imigrantes a trabalharem por cá maior respeito e atitude mais solidária. Quanto aos lusos que estão de volta, embrulhados na desilusão antiga, aconselha-se que ao chegarem a casa, e depois de guardarem o cachecol no baú da treta e do folclore, abram a caixa do correio e desatem o expediente que entretanto ou na sua ausência deu entrada, e para não perderem embalagem corram a pagar as dívidas à segurança social, a prestação ao banco, a renda ao senhorio, a reparação à oficina, o seguro do veículo, o carregamento do celular, etc,etc, que as cartas não param de se acumularem. O país agradece esta solidariedade, também.

Joaquim Moura
Penafiel

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