ATENTADO...

Arruamento de Aveiro

Acredite quem quiser. Não tenho gosto nenhum em estar sempre a "malhar" na regeneração urbana de Penafiel. Mas pior que "malhar" na regeneração, são os "regeneradores". Ainda há poucas horas vi a calçada à portuguesa a ser retirada dos passeios junto ao parque infantil, e ser substituída pelos famigerados calhaus. Isto é que faz doer. Também só dói a quem deveras sente. Porque os "regeneradores" têm uma visão granítica das ideias, dos projectos, dos planos que querem aplicar, aqui, ali ou mais além. Ao substituir a calçada à portuguesa pelos pedregulhos, o município está a atentar contra a memória do ex-presidente da Câmara Justino do Fundo. Foi ele o autor do piso que Penafiel mais merecia. Funcionava como uma moldura no mais belo quadro. Era de facto um hino à beleza e à cultura. Justino do Fundo está a ser desrespeitado. Algum dia algum dos "regeneradores" pensou nisso? Não, claro que não.
Às vezes dou comigo a perguntar-me: Como é possível ver gente bonita a querer tornar uma cidade feia, cinzenta, triste? Há aqui algo que não bate bem. Alberto Santos é bem apessoado. Paula Teles é uma mulher bonita e ambos querem fazer desta cidade, aquilo que eles não são. Penafiel está a sair-se muito mal desta operação de cosmética. Fico triste. Fico pesaroso, mas pior fica a cidade, com certeza. Ela não se queixa de facto, mas chora, se virmos um pouco mais além daquilo que os nossos olhos alcançam. Depois só os amantes é que amam e Alberto Santos já demonstrou há muito tempo que não ama Penafiel. Quanto a Paula Teles, não tem que amar a nossa cidade, porque não tem nenhum vínculo a esta terra. Ela veio para cá ganhar o dela à custa da paisagem penafidelense e do amor que os penafidelenses, sem palas partidárias, tem por este pedaço que os viu nascer.

Resolvi agora mesmo não voltar ao assunto, ou seja, não voltar ao artigo de opinião de Antonino de Sousa, que publicou na última edição do Verdadeiro olhar. Não vale a pena. É chover no molhado. Da regeneração urbana vou falando de acordo com o que vou vendo (des) fazer nesta cidade.