sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Manhã de nevoeiro...


O dia em Penafiel hoje nasceu cheio de nevoeiro. Era um cinza claro, mais claro que os passeios da minha aldeia. Cidade quis você dizer! Não, eu disse aldeia porque me soa melhor. Cidade é uma palavra que me distancia quilómetros da minha raiz, do meu quelho, do meu lugar? E então como vai a sua aldeia? Vai mal obrigado. Andam por aí uns senhores e senhoras que querem transformá-la em cidade e parece-me uma tontice retirar-lhe a roupagem que melhor  lhe fica. Vejo que o senhor está incomodado que esta estória da regen... Não, não diga essa palavra que é mentirosa e você não é mentiroso como alguns slogans que andam por aí aos milhares por metro quadrado. Você não sente Penafiel? Você já não gosta desta sua terra? Claro que gosto deste solo, onde já brincamos, onde trabalhamos, onde conversamos, onde amamos, onde estamos afinal. Só que por esta andar, já não andamos, não brincamos, não fotografamos, não pintamos, não poetamos, porque as nossas musas tendem a desaparecer todos os dias.
Um dia deste, meu amigo já não há sequer uma referência na minha aldeia que nos permita contar estórias de pasmar. Estórias, contos, romances, sem ter de recuar a tempos remotos. Refiro-me a tempos de ontem, que os tempos de hoje matam.
Já vai embora? Vou que o nevoeiro já está a levantar e cada vez mais fica à mostra toda a estória que outros nos querem contar...

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