sábado, 28 de abril de 2012

FILOMENA MÓNICA...

Filomena Mónica. Gosto desta senhora, desde há muito tempo. Não pelos seus livros, mas pelas suas crónicas. É de esquerda e o humanismo veio sempre ao de cima nos escritos dela. Gosto dela. E por gostar dela, coloco aqui a primeira página do jornal I, que só vem confirmar que José Sócrates foi uma das maiores fraudes que apareceu na política portuguesa. Portanto esta malta do PS que esteja caladinha quando já anda a dizer "Volta Sócrates que está perdoado". Deixo aqui um pouco de uma entrevista que a escritora deu em 2009...



Ainda é de esquerda?
Sou. Se tivesse tido outra educação, provavelmente era de direita. Como fui criada na direita, continuo a pensar que a direita portuguesa é totalmente subserviente em relação ao poder político, completamente inculta, não cosmopolita, e socialmente a maior parte das pessoas da direita nunca foram para além de Elvas. O fundamental para mim é a liberdade e a direita portuguesa não preza a liberdade. Pode perguntar-se: e a esquerda preza? Provavelmente, a esquerda é inculta, nunca foi para além de Elvas, tem os mesmos traços mais ou menos...

Não há nenhuma questão ideológica?
É uma questão de eu ter sido muito marcada pelo salazarismo e pela Igreja Católica. O facto de ser ateia liga-me mais à esquerda. Sou a favor do aborto e da eutanásia. Já fiz testamento vital há cerca de seis anos e quero que seja respeitado. Já o dei aos meus filhos e ao António. Não quero que me prolonguem a vida. Isso também me afasta da direita. Nunca fui de esquerda por acreditar no maoísmo ou na ditadura do proletariado. Achava que os valores do liberalismo clássico eram de esquerda e o Salazar era um homem da direita. Vivi até aos 31 anos sob uma ditadura, para mim a liberdade é um valor de esquerda.

E vota no PS?
Sempre votei PS, até em 1975. Chorei que nem uma Madalena porque achava que o Soares era um burguês nojento. Apesar de tudo, tinha medo do PCP.


Recorte retirado do jornal I

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