INTRODUÇÃO
Desde 1993 que dispenso algum do meu tempo e alguma da minha atenção à toponímia da freguesia de Penafiel. Cheguei a publicar de uma forma um tanto irregular em jornais locais, algumas notas sobre a vida e obra de pessoas ilustres que dão o seu nome às várias artérias desta cidade.
Nesta matéria, já existe um trabalho publicado em Março de 2009, pela Biblioteca Municipal de Penafiel, em que aborda um conjunto de nomes que protagonizam a toponímia penafidelense.
Aqui, o que se pretende, para além de falar desta ou daquela personalidade, é chamar a atenção para algumas anomalias, algumas incorrecções que julgo não contribuírem para que se faça uma verdadeira história toponímica de Penafiel.
Aqui vai falar-se de pessoas que deviam fazer parte dos “nomes de rua” de Penafiel e de umas tantas individualidade, que o fazendo, na minha perspectiva, isso não devia acontecer.
Vai falar-se de ruas cujos nomes não estão minimamente ligados ao espaço onde viveram e ou dedicaram muito do seu tempo à sua terra, como são os casos por exemplo, do fotógrafo António Guimarães (Antony), que tem uma rua com o seu nome perto da Junta de Freguesia de Penafiel e da rua Colégio da Nossa Senhora do Carmo que está completamente fora do seu lugar. Suponho que a maioria dos penafidelenses nem sabe onde está acantonada a rua com este nome. Nome de uma escola particular, que muito contribuiu para o conhecimento e para a cultura de muitos penafidelenses.
Se há nomes incontornáveis e importantes a nível nacional e que de certa forma até prestigiam a toponímias das localidades, como são os casos de Luís de Camões, Fernando Pessoa, Eça de Queirós, Sacadura Cabral, Marquês de Pombal ou Egas Moniz, outros porém existem, cujo elo de ligação às terras é tão ténue, tão insignificante que se torna bastante injusto ocuparem com os seus nomes ruas, praças e avenidas. No caso concreto de Penafiel, refiro-me a cidadãos como Soares de Moura, Mário de Oliveira, Alfredo Pereira, Tomás Ribeiro ou Tenente Valadim, que não duvidando do seu valor, pouco ou nada acrescentaram ou prestigiaram Penafiel.
Temos nomes da “casa” ignorados ou simplesmente esquecidos pelos penafidelenses, tanto de ontem como de hoje. Por exemplo, Vitorino Guimarães que foi Primeiro-Ministro, Visconde de Oliveira foi o fundador do banco de Portugal, Barão das Lages, Albano Morais, Justino do Fundo ou Maria de Oliveira, uma versão feminina do Padre Américo. Uns a nível nacional, outros mais localmente, que de uma forma ou de outra, directa ou indirectamente enriqueceram Penafiel e ou Portugal.
Não vou aqui dizer que é necessário mudar meio mundo nesta matéria de toponímia. Trata-se apenas de alguns ajustes. Não devemos esquecer, que quase todas as ruas de Penafiel já tiveram outros nomes. Tomemos como exemplo a actual Rua Faião Soares, que já foi Avenida Nova e depois Rua de Camões em meia dúzia de anos.
O mundo é feito de mudança e mudar é bom, é saudável, quando para melhor. Penso ser este o caso...
Continua...
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