domingo, 16 de outubro de 2011

Era uma questão de justiça...


Há dias um jornal regional fez-me oitenta perguntas. Uma delas foi: quem gostaria de visitar na prisão? E eu não respondi assim: Mário Soares, Cavaco Silva, António Guterres, Durão Barroso, Santana Lopes, Paulo Portas e José Sócrates. Não respondi assim, mas devia ter respondido, porque era isso que me ia na alma, na cabeça, tronco e membros. De facto eu gostava de os ver "encostados", uns por umas razões, outros por outras. Pelo menos serem responsabilizados.
O primeiro era Mário Soares, por ter feito aquelas presidências abertas que descobriram a "careca" ao Cavaco, quando este era primeiro-ministro; por ser de direita no governo e de esquerda na oposição e também por ter mandado desaparecer da frente dele um agente da Polícia de Trânsito.  
Depois era a vez de Cavaco Silva.  Primeiro, por ter sido ele o principal destruidor deste país no que diz respeito à produção, (agricultura, pescas, siderurgia, etc.). Segundo, porque assinou o Tratado de Maastricht, que permitiu que entrasse por este país dentro toda a porcaria que havia na Europa. Terceiro porque encheu de dinheiro a função pública. E quarto, por ter instituído o 14º mês a todos os reformados pobres e ricos. Benefício de que ele próprio veio a usufruir. Quanto a  Cavaco Silva, o seu currículo não ficava por aqui, mas pronto o espaço é escasso e fico por aqui. Podia falar no sangue contaminado, por exemplo...
Guterres também tinha de ser chamado a capítulo, por ter instituído o rendimento mínimo garantido;  por ter protegido as gravuras rupestres em Vila Nova de Foz Côa, ao substituir uma barragem por um Parque Museológico; por ter recuperado vários Cine-Teatros ( o nosso esteve por um triz) e por ter comido um naco de queijo limiano. 
Durão Barroso decerto não tinha tempo de se pirar para a Comissão Europeia. Tinha de ser condenado por ter apoiado a invasão do Iraque, tornando-se com isso um  ingénuo colaboracionista de Bush, ao ser anfitrião de uma cimeira de guerra nos Açores; por não ter investido os fundos comunitários que recebeu para o desenvolvimento do país. Fundos esses, milhares de milhões, que foram devolvidos à procedência. Este Durão Barroso gostava de o ver só de tanga. 
Santana Lopes também devia "entrar nas quentes" pelo deslacalabro nas contas da Câmara Municipal de Lisboa de que foi presidente e nesse cargo ter gasto uma fortuna colossal, num projecto para o Parque Mayer, de autoria do arquitecto americano Frank Ghery. Projecto esse que não foi para a frente.
Paulo Portas perderia a vontade de exibir o seu sorriso signal, quando soubesse que tinha de pagar do seu bolso, os submarinos que comprou quando foi ministro da defesa e ter convidado para almoçar o senhor Donald Rumsfeld, um dos principais inventores das armas de destruição maciça no Iraque. 
Finalmente Sócrates. O senhor Pinto de Sousa, teria de ser forçado a beber cicuta, por ter abolido duas leis que andavam a encher de dinheiro os políticos, isto é, a subvenção vitalícia e o subsídio de reintegração; por ter afrontado os senhores professores; por ter tentado reduzir o tempo de férias dos senhores magistrados; por ter entregue um cheque no valor de 700 milhões de euros para ajudar a ilha da Madeira a sair dos escombros, quando a natureza se zangou com Alberto João Jardim; por ter vendido o "Magalhães" ao seu amigo Chavez da Venezuela; por ter instituído um suplemento em dinheiro para os pobres mais idosos. Por último e principalmente, o facto de não ser engenheiro,  e querer ser agora filósofo.
Era uma questão de justiça...


Foto retirada do jornal I

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