terça-feira, 20 de setembro de 2011

APENAS PENAFIEL...

Às vezes tenho uma ténue convicção de que posso mudar o rumo dos acontecimentos em Penafiel. Depois, caio na espantosa realidade das coisas e fico menos de metade de mim. Fico pouco. Quase nada. Sinto-me apunhalado por uma potente impotência. Isto acontece-me de vez em quando. Nem mesmo um café ou um copo de vinho, me retiram do estado letárgico que me deixa de rastos perante aquilo que meus olhos alcançam, ou querem alcançar. Às vezes, acende-se um candeeiro um pouco acima de mim. Outras vezes apaga-se tudo. Precisamente como neste momento em que estou às escuras, ouvindo vozes algazarradas de regenerações, revitalizações, alterações, transformações históricas...
Mas o mais grave de tudo isto, é que eu sem poder participar, sem poder dar o meu contributo, constato que a minha terra cada vez é menos minha, na memória e na história. Notam-se pelo chão alguns nacos de mau gosto. De muito mau gosto. Isso para mim é glacial. É muito frio. Frio que até faz feridas na ponta dos pensamentos e abre brechas em tudo quanto é casario que ladeia estreitas ruas.
De paciência em paciência, cá vou andando com a cabeça entre as orelhas como diz o Sérgio Godinho...  

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